tag:blogger.com,1999:blog-38577294114977248422024-03-24T20:32:55.201-03:00Diálogos com a Psicologia e PsicanáliseEspaço de intersecção entre a Psicologia e a Psicanálise com outras áreas de conhecimentoAna Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comBlogger254125tag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-85879420868556120792023-12-16T17:33:00.027-03:002024-01-20T12:27:15.625-03:00O Mundo Depois de Nós - Ana Amorim De Farias <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiTmyzh45NgFZSw4Nf6LpJ9mgiMsqbX-3XPke3b1DMbF4ILMBK4Mxsq61df9JWpH8vjuNYmH95hNyINg3n-V5ez4hHqrhlwEn5gjjJFh-yIIPx2Z8K_cHZ8MYHLNRJ7BmHCId76tvY8aSFo-SoJ70WMAAkApWMqh28BR9mbexe4Q-BkF0u_tekPuxl1-S6B" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img alt="Psicóloga e Psicanalista Tatuapé" border="0" height="267" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiTmyzh45NgFZSw4Nf6LpJ9mgiMsqbX-3XPke3b1DMbF4ILMBK4Mxsq61df9JWpH8vjuNYmH95hNyINg3n-V5ez4hHqrhlwEn5gjjJFh-yIIPx2Z8K_cHZ8MYHLNRJ7BmHCId76tvY8aSFo-SoJ70WMAAkApWMqh28BR9mbexe4Q-BkF0u_tekPuxl1-S6B=w400-h267" width="400" />
</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O filme "O Mundo Depois de Nós" estreou na Netflix dia 08 de dezembro. O thriller psicológico é uma adaptação do livro homônimo de Rumaan Alam com roteiro e direção de Sam Esmail, na produção temos Barack e Michelle Obama. O filme tem ainda um elenco de peso com Julia Roberts, Mahershala Ali, Ethan Hawke e Kevin Bacon. </div><div style="text-align: justify;">Há vários camadas no filme e todas estão interligadas. O filme contém uma crítica e reflexão de como vivemos na atualidade, nossos valores, preconceitos, impossibilidades de real conexão com o outro e dependência tecnológica. Temos humanos dentro da nossa vertiginosa realidade repleta de demandas a começar pelo casal Sandford. O marido, Clay (Ethan Hawke), acorda convocado a fazer uma viagem em família que a mulher, Amanda (Julia Roberts), escolheu num minuto de inquietude e angústia ao acordar antes de todos. Ela escolhe uma mansão num lugar tranquilo longe dos barulhos da cidade e das pessoas, salta em uma de suas frases: "não gosto de pessoas". Amanda diz que não acordou as crianças, mas sabe que ficarão animados. No trajeto a caminho da casa de veraneio, nos expectadores vemos, os filhos, um adolescente de 18 anos, Archie (Charlie Evans) e uma pré-adolescente de 13 anos, Rose (Farrah Mackenzie), ou seja, não são crianças, não estão animados. Porém, ao chegar todos se animam com a beleza, sofisticação do lugar e a piscina. A amargura de Amanda, nomeada como neurótica pela filha da outra família, Ruth (Myha'la Herrold), a faz desconfiar de todos, exausta por obrigações excessivas, de sentir que não está vivendo, mas apenas cumprindo o que o sistema determina, desconectada de si e das relações, busca apenas fugir do encontro com o outro. Na família, cada um vive no seu mundo particular sem penetrarem no mundo um do outro.</div><div style="text-align: justify;">Vemos muitos recortes de desencontros entre todos os personagens. Rose, a filha do casal absorta na série Friends, diz numa cena do filme "ninguém me escuta". O irmão é hostil e sádico com ela em várias cenas, e a vemos vagar pelo filme nesta busca em ser ouvida, ver e compreender os sinais do que está acontecendo, até sua fuga. O adolescente "perdido" na viagem com a família deseja a jovem que chega, mas deste desejo apenas consegue extrair recortes, fotos, não se aproxima. Então entre a sexualidade e agressividade, reflete o sadismo com a irmã sendo hostil a toda necessidade e demonstração de vulnerabilidade desta. Enquanto isso o casal busca em outro par uma conexão. Desabafam e se mostram, mas não entre si. Entre si apenas funcionam como pais errantes, porque ainda se referem aos filhos como "as crianças parecem felizes ".</div><div style="text-align: justify;">Há profundidades e abismos difíceis de serem ultrapassados. Há uma catástrofe apocalíptica ocorrendo, o perigo e o medo a testar vínculos e a possibilidade de lidar com as diferenças.</div><div style="text-align: justify;">Temos a família que aluga a casa em fuga e outra família que chega, pai e filha e a referência a uma mãe que está presente ali o tempo todo, ainda que ausente. O filme nos traz aqui a questão do luto, na possível morte desta mãe, perdas presentificadas pelo adolescer mudanças, amadurecer, se submeter aos ditames do fazer, no mundo externo que não está sobre nosso controle. </div><div style="text-align: justify;">Racismo, diferenças sociais, diferenças de gerações, morte, sobrevivência e o que nos faz humanos ou pode nos desumanizar até a destruição. Pulsões de vida e morte.</div><div style="text-align: justify;">Como diante do perigo ficamos entre atacar, paralisar ou nos mover.</div><div style="text-align: justify;">É interessante pensar que é a menina que mergulhada numa série nostálgica sobre amizade e na impossibilidade de encontro com os demais se move e encontra um lugar seguro. Encontrou uma saída num momento de isolamento. Porém ainda aqui fica em aberto, qual saída? Conseguirão todos se unir, se reconectarem a verdade de si, superarem diferenças e proteger a vida? O filme pode desagradar muitos porque fica para você imaginar o final.</div><div style="text-align: justify;">Um final possível ou não possível para a vida em comunidade. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ana Amorim De Farias</div><div style="text-align: justify;">Psicóloga e Psicanalista</div><div style="text-align: justify;">Tatuapé-SP / Online</div><div style="text-align: justify;">Adultos e Casais</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><br /></div>Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-42941448494312685232023-12-03T20:39:00.001-03:002023-12-03T22:43:57.140-03:00O Desejo Feminino em I Love Dick<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggYaZueqsZvym-SapPbsXDMma7qk6eS6kHDXDaUyAezJfPJexGLu0iwmytK1VAhSZTdNGUGJmQdxlAkK0mk0iMmUK1941QB4TUW-kc-DQE4JqJDjzSlrFDs5iIXpyENHMbjaKmatukg1Pz/s1600/1617665943358345-0.png" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggYaZueqsZvym-SapPbsXDMma7qk6eS6kHDXDaUyAezJfPJexGLu0iwmytK1VAhSZTdNGUGJmQdxlAkK0mk0iMmUK1941QB4TUW-kc-DQE4JqJDjzSlrFDs5iIXpyENHMbjaKmatukg1Pz/s1600/1617665943358345-0.png" width="400">
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</div><div><div><span style="font-family: arial;">"Querido Dick,</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Deve ter sido os ventos do deserto que entraram em nossas cabeças na noite em que te conhecemos ou talvez fosse o desejo de ficcionar um pouco a vida. Não o sei. Mas agora estamos aqui, centrados na mesma mulher. Poderia redigir sem fim sobre minha estória com a Chris. Mas pouco importaria. Seria apenas distração." (Sylvere - marido de Chris)</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">I Love Dick é uma série baseada no livro feminista e semiautobiográfico de Chris Kraus que foi publicado pela primeira fez em 1997 e redescoberto após seu relançamento em 2015. No elenco temos Kathryn Hahn, interpretando Chris; Kevin Bacon (Dick); Griffin Dunne (Sylvere). </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span>Dick é um apelido para Richard, gíria para "pinto", "pau", pênis, o órgão sexual masculino e uma forma de dizer que alguém é babaca. Uma boa dose de condensação no titulo nos alerta para o que podemos esperar. Há algo de tolo na adoração e obsessão do falo, que o estereótipo </span><span style="letter-spacing: 0.2px;">do macho dominador revela, e no entanto nossa civilização foi construída nestas bases. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Na série vemos os personagens tensionados entre seus desejos sexuais, de realização pessoal, artística, de busca do outro e de si, entre o frenesi do desejo e a aridez do deserto. Um homem encarna o estereótipo do macho dominador. Dick (Kevin Bacon) é curador de um Instituto de Arte. Suas obras de linhas retas representam a perfeição do Falo. Chris (Kathryn Hahn) traz a desordem neste mundo retilíneo de Dick. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Aqui temos o desejo feminino enlouquecido na forma de uma obsessão. Chris fica obcecada por Dick. Em uma das cenas da série Chris fantasia Dick andando na rua sem camisa com seu jeans colado, carregando uma ovelha nas costas com olhar penetrante nela, lentamente ele coloca a ovelha no chão e começa a tosquiar os pêlos da barriga da ovelha. Desejo de ser dominada, desejo de ser abatida. Desejo dito feminino, enquanto fantasia. Quando Dick finalmente para de resistir com fúria a Chris e deita sobre ela, revela que foi uma conversa entre ele e o marido de Chris que o levou até ali, ou seja, um acordo de homens. Então, Chris cai sob o domínio da fúria, todo desejo se esvai. <b><i>Não quer ser objeto de troca entre homens. Não quer ser dominada na realidade, apenas na fantasia. Do que se trata o desejo feminino? Quantas faces ele tem? É quando cuidada por Dick que este desejo torna a vir com a força das cartas que escreveu para ele conforme a obsessão ganhava corpo</i>. </b></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Chris vai até a casa de Dick, desejo feminino ativo, mergulha no lago, confronta-se com a perda dos filhos que não teve, seriam dois homens em sua fantasia. Chris teve dois abortos, um espontâneo, outro provocado. Estes filhos aparecem como homens adultos em seu devaneio e falam com ela. Ao despertar do seu devaneio <span face="Arial, Helvetica, sans-serif" style="background-color: white; color: #222222;">bate na porta de Dick congelando de frio. Ele prepara o banho, cozinha para ela, conversam. Nada da virilidade agressiva, é um homem que protege e cuida agora. Ainda assim algo impossibilita que aja encontro. Chris não suporta o menor sinal de rejeição e Dick é um homem frágil diante do sexo da mulher.</span></span></div></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Nem todo desejo faz encontro, mas ele insiste em fazer.</span></div><div dir="auto" style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">O desejo é um tormento, é uma fúria, é uma possibilidade de encontro sempre, senão com o outro, objeto do desejo, com o mais íntimo de nós.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="background-color: white; color: #222222; font-family: arial;">As cartas que escrevo sempre me descrevem.</span></div><div><span style="font-family: arial;"><br></span></div><div><span style="font-family: arial;"><br></span></div><div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><span>Ana Amorim de Farias - </span>Psicóloga e Psicanalista</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;">CRP 06/39859-9<br>Adultos e Casais<br>R Apucarana, 272, sl 611 - Tatuapé-SP<br>(11) 9 9783 0125</span></div></div><div><br></div>Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-29799414411548790652023-12-02T18:23:00.008-03:002024-03-24T16:42:15.647-03:00Psicanálise : Desfazendo Mitos - Ana Amorim de Farias - Psicóloga e Psicanalista<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNVwj3oDijaRV5oJoMRohVIaOSgIqTXMx4eSKN2b6eT9fME9GYQyEvA99c8ELfrlOkufKT2cUVtzajxHdgugY52ad-6CTj_8k_g9_870mx6KkENPlLBpTqEvs40WGNSQDy9KllznN54W6fWBCbNxQ6nQot-W9BntZ9lb95vF5WAIMW2AoorrAQ8PjJUTqz/s612/psicologa_psicanalista_tatuape_online_terapiadecasal.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="408" data-original-width="612" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNVwj3oDijaRV5oJoMRohVIaOSgIqTXMx4eSKN2b6eT9fME9GYQyEvA99c8ELfrlOkufKT2cUVtzajxHdgugY52ad-6CTj_8k_g9_870mx6KkENPlLBpTqEvs40WGNSQDy9KllznN54W6fWBCbNxQ6nQot-W9BntZ9lb95vF5WAIMW2AoorrAQ8PjJUTqz/s320/psicologa_psicanalista_tatuape_online_terapiadecasal.jpg" width="320" /></a></div><div style="text-align: left;"><span style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;">Ainda são muitos os mitos que cercam a psicanálise, como a figura sisuda e calada do analista atrás do divã, que o processo é demorado e se estende por anos, que é caríssimo, que fica apenas focado no passado, que toda analista é freudiano e ainda que a psicanálise estaria ultrapassada. De forma objetiva e sintética vamos esclarecer e desmistificar estes mitos e preconceitos neste artigo. </span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><span style="background-color: white; color: #222222; text-align: justify;"><br /></span></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><span style="background-color: white; text-align: justify;"><span style="color: #222222;">Para começar, o divã não é uso obrigatório. O divã serve como um facilitador. O paciente numa posição deitada e relaxada, sem contato visual com o analista e em contato consigo mesmo, pode sentir maior facilidade em entrar em associação livre, ou seja, falar livremente o que vier à mente sem censura e sem preocupação com uma narrativa coerente e lógica. O processo passa pela fala e escuta entre analisando e analista. O psicanalista ouve para além das palavras ditas o que está oculto e codificado nas palavras, não apenas seu conteúdo. Contudo, muitos pacientes preferem o contato face a face e em muitos casos é o mais produtivo para aquela determinada pessoa. O que diferencia o processo é nossa escuta que considera o inconsciente presente na vida psíquica. A psicanálise compreende que nossos comportamentos, pensamentos e o que somos não são fruto apenas da consciência e tampouco de circuitos cerebrais.</span></span></span></div><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #222222;"><span style="font-family: arial;">O analista é uma presença viva e faz intervenções, a relação analista-paciente é motor do processo. A figura do analista calado é sisuda é um estereotipo.<o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #222222;"><span style="font-family: arial;">Muitos hoje se nomeiam-se psicanalistas, sem terem uma formação sólida. Uma formação sólida deve passar por anos de estudos, supervisão clínica e a própria análise do analista. O que denominamos tripé essencial para a formação do analista. E, nossa formação segue por todo o tempo do nosso exercício profissional, pois como toda área de conhecimento a psicanalise tem atualizações importantes feitas por autores pós-freudianos e temos ainda o desenvolvimento de outras áreas como a psicologia, a neurociências que fazem intersecções com a psicanálise.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #222222;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Após a criação da psicanálise por Sigmund Freud (1856-1939), a psicanálise continuou se desenvolvendo e importantes nomes evoluíram seus estudos e clínica, como Melaine Klein (1882-1960); D. W. Winnicott (1896-1971); W. R. Bion (1897-1979); Jacques Lacan (1901-1981) e André Green (1927-2012), entre outros.</span></div><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #222222;"><span style="font-family: arial;">Muitos analistas abrem a possibilidade de combinar valores acessíveis com seus pacientes, bem como muitos são também psicólogos e atendem e emitem recibo ou nota fiscal, o que permite reembolso pelos convênios médicos.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="color: #222222;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></p><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="background-color: white; font-family: arial;"><span style="color: #222222;">O tempo de duração da psicoterapia psicanalítica ou de uma análise depende da queixa daquele paciente, o que deseja transformar em si, nas suas relações interpessoais e com o ambiente que vive. </span></span><span style="font-family: arial;">E no caso a caso que este tempo se desenha, sendo que em muitos casos mudanças significativas são percebidas logo no início do trabalho.</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;"><br />A fala/escuta, a relação analista/analisando, o trabalho com o inconsciente e a história daquela pessoa, casal ou grupo vai a permitir a transformação do sofrimento em possibilidades de ser e estar no mundo desde outros lugares.<br /><br /><br />Ana Amorim de Farias </span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;">Psicóloga e Psicanalista</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: arial;">CRP 06/39859-9<br />Adultos e Casais<br />R Apucarana, 272, sl 611 - Tatuapé-SP<br />(11) 9 9783 0125</span></div><div><span style="background-color: #f6f6f6; color: #202124;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></span></div><br /><p style="text-align: left;"><br /></p><p><br /></p><p></p>Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-13999195526299441492023-08-25T21:13:00.004-03:002023-12-03T16:47:55.455-03:00Estrutural <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjcS7J_DrCoKxTGhCUZ6Jm6Qm4hWJAArBnVvjDra4Swmr6lvvefGCLRWqGcPCn1pTXhFq0YBbwCFFk_m-t7_uCD__BNUiLgRWJrUpkvUVmS6yyO9vmeBZfdSQZgmn5SjV5_yrrCKcYwRpVjI3sV_gg7WnaxBrPBLT_OruVRi_w8C5tfiSoX4bPk3bfhx4P0" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" height="186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjcS7J_DrCoKxTGhCUZ6Jm6Qm4hWJAArBnVvjDra4Swmr6lvvefGCLRWqGcPCn1pTXhFq0YBbwCFFk_m-t7_uCD__BNUiLgRWJrUpkvUVmS6yyO9vmeBZfdSQZgmn5SjV5_yrrCKcYwRpVjI3sV_gg7WnaxBrPBLT_OruVRi_w8C5tfiSoX4bPk3bfhx4P0=w320-h186" width="320" />
</a>
</div><div><div class="MsoNormal">por certo<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">teus pequeninos olhos seguiam<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">casas, vielas e ruas<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">o habitar sem rosto das cidades<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">nos fundo deles<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">uma cor indefinível<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">uma lembrança de queda<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">fixava rachadura cimentais,<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal">fileira de formigas, o carregar das folhas</div><div class="MsoNormal">mãos grandes sobre a mesa<o:p></o:p></div><div class="MsoNormal"> mastigar e engolir á seco palavras</div><div class="MsoNormal"><div style="text-align: right;"><br /></div><div style="text-align: center;"> quando tudo era vertigem e medo</div><div style="text-align: right;"><br /></div><div style="text-align: center;"> Ana Amorim de Farias</div></div><div class="MsoNormal" style="text-align: center;"> 16/10/2014</div></div>Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comR. Apucarana, 272 - Tatuapé, São Paulo - SP, 03311-000, Brasil-23.5407895 -46.5650605-51.851023336178841 -81.7213105 4.7694443361788466 -11.408810500000001tag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-68194911646134049232020-03-27T20:07:00.001-03:002023-08-25T21:10:53.625-03:00Prece<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNCJ7MlCuqHFY8e-O-1QyjkgUwmR5Skse8xhdDyPLOyJiIr3MCOGsStUT3YfE0wkpj0Gskg442LdegWIxJn8xn0GTHCKmoIu8aXK1KznNcST7aNOum51bmyUyaU8aQSPgmDvvuJsBRaCzA/s1600/1585350411862757-0.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
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</a>
</div><div>Não ensismesmar, </div><div>olhar para fora, </div><div>para todos lados</div><div>Todos!</div><div><br></div><div>A partir de dentro</div><div>E por todos</div><div>nós.</div><div><br></div><div>Atar</div><div>em tempo</div><div>de perecer,</div><div>o elo da palavra.</div><div><br></div><div>Fazendo as vezes do colo</div><div>como no início </div><div>quando dela emergiu </div><div><br></div><div>a prece.</div><div><br></div><div>Ana A. Farias, 24/03/2020</div>Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-31150050724263459022020-03-12T23:55:00.000-03:002020-03-12T23:56:48.049-03:00Autocriação <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihqeki09LcahnPoRnEuX0wx6tL6J449nhzF9P6XwoO-2Suqfglxsw9n50tOaSriJ0XIGzwqCwdFKMMJSakCSIG-eCSBgTcNxlzwV5GiO_gCN7znFjek3IjxrNciR2iUgi3oXnRSvqvJ4tt/s1600/1584068132681030-0.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihqeki09LcahnPoRnEuX0wx6tL6J449nhzF9P6XwoO-2Suqfglxsw9n50tOaSriJ0XIGzwqCwdFKMMJSakCSIG-eCSBgTcNxlzwV5GiO_gCN7znFjek3IjxrNciR2iUgi3oXnRSvqvJ4tt/s1600/1584068132681030-0.png" width="400">
</a>
</div><div class="MsoNormal">gerar-me de novo</div><div class="MsoNormal">mãe-terra em tua cova</div><div class="MsoNormal">renascer gêmea de mim</div><div class="MsoNormal"><br></div><div class="MsoNormal">parir a letra</div><div class="MsoNormal">nunca calar a voz</div><div class="MsoNormal">habitar</div><div class="MsoNormal">meu corpo</div><div class="MsoNormal"><br></div><div class="MsoNormal">pisar no afasto mãe-terra</div><div class="MsoNormal">sob ti</div><div class="MsoNormal">sem medo</div><div class="MsoNormal"></div><div class="MsoNormal">andarilhar </div><div class="MsoNormal"><br></div><div class="MsoNormal">Ana A. Farias,</div><div class="MsoNormal">26/09/2013</div>Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-64274485649802868172020-03-09T02:02:00.000-03:002020-03-10T23:52:47.796-03:00Tempos Líquidos <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilZnBtcZY4e7uwNBPXdOwn_bhR-lDX_47AdRSe_Cmcm87SWrgNpUWjKxjEnk5aSTbvn29fjHZmQaxM4AaMGUmh1W8aRCUOBnKLleoebLV7DPAmEDKd9qFjkLjg_7Tq8giV9fiapkpg5Q9t/s1600/1583730143409120-0.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;">
<img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilZnBtcZY4e7uwNBPXdOwn_bhR-lDX_47AdRSe_Cmcm87SWrgNpUWjKxjEnk5aSTbvn29fjHZmQaxM4AaMGUmh1W8aRCUOBnKLleoebLV7DPAmEDKd9qFjkLjg_7Tq8giV9fiapkpg5Q9t/s1600/1583730143409120-0.png" width="400" />
</a>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div class="post-body entry-content" id="post-body-7067137387428396632" itemprop="articleBody">
<div class="MsoNormal">
o tempo que faz lenda<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
traz o real: dias contados<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
suplicio do desperdiçar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
render, render<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
aproveitar, aproveitar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
contar, contar<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
anotas, anedotas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
proezas demais<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
aventuras<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
vividas<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
viver<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
tudo todo tempo<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
n<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
a<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
d</div>
<div class="MsoNormal">
a<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ana A. Farias, 07/11/2013</div>
<div>
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div>
</div>
</div>
<div class="post-footer">
</div>
</div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-30320394742397439792020-03-09T02:00:00.016-03:002023-11-29T23:45:04.902-03:00Medo de Amar - Ana Amorim de Farias<span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><br />
</span><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHlCrM8XHX5UZcRMbW8lgTE7-rdYOunv3CENOEuyFfl-8Tm8DR9bZhlcpVR3wakH-HEe4GlbpyGv_zPxi6ms_IQF7BdD3I9Xy9IHRtJ07ZJXNWO4RqMdBqB4WbGp8v-S4H7LuuiiIFdYRz/s1600/terceira_iamgem.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><img border="0" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiHlCrM8XHX5UZcRMbW8lgTE7-rdYOunv3CENOEuyFfl-8Tm8DR9bZhlcpVR3wakH-HEe4GlbpyGv_zPxi6ms_IQF7BdD3I9Xy9IHRtJ07ZJXNWO4RqMdBqB4WbGp8v-S4H7LuuiiIFdYRz/w200-h166/terceira_iamgem.jpg" width="200" /></span></a><span style="font-family: arial;"><i><span face=""Arial","sans-serif""></span><span face=""Arial","sans-serif"" style="color: black;">"...uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de.
Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer.
Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de, que nos empurra para a
frente" </span><span>(Clarice Lispector).</span></i></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span><span style="font-family: arial;">Uma das características que <b>nos torna humanos é a capacidade de amar, de nos colocarmos no lugar do outro, a capacidade de doação ao outro, de tolerar o que no outro é diferente do meu Eu. </b>Sem isso perdemos a possibilidade de uma verdadeira ligação com o outro; perdemos a capacidade empática, base do amor e da amizade. Sem empatia, distorcemos nossa capacidade ética e nos tornarmos desumanos. </span></span><span style="font-family: arial;">Estou falando da violência, morte,
agressão, assassinato. </span><span style="font-family: arial;">Em escalas menos perigosas a dificuldade de amar e se relacionar nos limita a relações superficiais,
relações irreais. Estou falando por exemplo de pessoa que criam "fakes", criam personagens e se “relacionam” apenas com suas fantasias, sem correr os riscos inerentes a uma relação, mas correndo um risco
maior, se conectarem a vida real. No cotidiano, trabalham, criam seus
filhos, mas não amam, não se entregam, não conhecem um outro, não trocam
mazelas e prazeres indescritíveis que ainda estão no âmbito do encontro de dois
corpos que trocam fluídos e as suas histórias de vida. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span face=""Arial","sans-serif""><span style="color: black; font-family: arial;"><br /></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span style="color: black;">Quando fazemos
sexo com alguém significativo nossa psique está participando com sua história e
fantasia.</span> Fantasias que se tornam movimentos, suor, grito, gozo.
Energia psíquica circulando, sangue acelerado pelas veias, benefícios para o
corpo e a psique. Nada de moralismo. A revolução sexual nos permitiu tantas
coisas. Sexo sem envolvimento afetivo pode ser prazeroso e válido desde que ambos estejam usufruindo do encontro dos
corpos que proporciona prazer a ambos sem que um ou ambos estejam falseando o encontro para si ou para o outro. É necessário nomear para si e para o outro o próprio desejo. Recomendável para períodos que estamos
nos recuperando de uma relação desfeita e já conseguimos fazer sexo sem
amargura. Recomendável para o início da descoberta da nossa sexualidade. Não
recomendável para afirmar se somos atraentes, afirmar nosso ego, evitar intimidade ou outro uso que não o prazer de ambas as partes envolvidas. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span face=""Arial","sans-serif""><b>Aqui faço um recorte específico em relação à dificuldade de entrega <span style="color: black;">à experiência de unir intimidade e desejo sexual por uma mesma pessoa devido ao medo
de amar. O medo de sofrer. Medo que pode ter como causa a fantasia inconsciente de destruição da
integridade psíquica.</span></b><span style="color: black;"> O que nos remete a a</span></span><span><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;"> parábola do</span><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;"> </span><b style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">porco</b><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">-</span><b style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">espinho</b><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;"> </span><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;"> usada pelo filósofo </span><b style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">Schopenhauer</b><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;"> </span><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">para se referir às dificuldades de convívio entre humanos. Os</span><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;"> </span><b><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">porcos</span><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">-</span><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">espinho</span></b><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;"> </span><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">buscavam se proteger do inverno rigoroso, buscando se aquecer no calor da companhia de outros. Mas, com a proximidade dos corpos, os</span><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;"> </span><b style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;">espinhos</b><span style="background-color: white; color: #202124; text-align: left;"> </span><span style="background-color: white; text-align: left;"><span style="color: #202124;">causavam-lhes feridas, enquanto a distancia podiam fazer com que congelassem. Assim há pessoas que não suportam a intimidade que uma relação profunda demanda, contudo, mal suportam a solidão, passam vagando pela vida entre relações, infidelidades, ou outros arranjos possíveis, numa evitação da intimidade por medo e não como uma escolha. </span></span>Mas por que isso ocorre?</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><span>Uma história infeliz na
infância, pais ocupados demais cada um consigo ou a</span>mbos com a relação por ser
problemática, pais que não puderam passar a mensagem para o(a) filho(a): tua
existência é válida por ser única, tua integridade a ti pertence e ninguém pode
retirá-la de você. Mensagens que são passadas quando uma mãe amamenta, afaga,
ri e fala com seu bebê. Quando um pai incentiva os avanços do filho em direção às pequenas descobertas do que está fora dele. <b>Quando é permitido à criança
dizer não e o amor não é condicionado ao que ela faz, mas ao que ela é.</b> Falhas sempre
ocorrem. Grandes e/ou pequenas. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">As maiores às vezes precisam ser revistas junto
a um profissional capacitado. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Algumas crianças conseguem por outros meios criar
um ambiente que as tornem capazes de recriar a possibilidade de se valorizarem,
ganhar força e integridade e, portanto, a capacidade de se relacionar com o
outro em profundidade sem o pavor de se perder.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> Infelizmente nossa cultura do
fast-food não colabora com a ideia que estabelecer uma relação a longo
prazo possa valer à pena. É a procura do sucesso fácil, dos valores materiais
subjugando os valores emocionais. Vale quem é bonito, rico, tem o último modelo
caro de carro do ano. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Deixamos assim nos enganar pelo consumismo como um
possível escudo para a dor e o vazio e compramos cada vez mais e inclusive
antidepressivos. Ganha a indústria farmacêutica. </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">Perdemos todos nos.</span></div><div class="MsoNormal" style="color: black; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"></span></div>
<div class="MsoNormal" style="color: black; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: arial;"><b><i>Ana Amorim de Farias, 2010</i></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;"><b><i><span>Psicóloga e Psicanalista - </span>CRP 06/39859-9 </i></b></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">anaamorim.psy@gmail.com</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-justify: inter-ideograph;"><span style="font-family: arial;">atendimento presencial/online</span></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-23631385776282377702020-03-09T01:59:00.004-03:002023-12-03T17:43:22.197-03:00Resiliência e Trauma<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-xwQ4nVgY2B5kcRz7t23jk5rQH3oSoBIiY50oS80Dk8X8wuo-j83i9OUzJEsPOsFotD9nVxw0DpD_XbgVxzYRRua6SpdkbpYJA_SMzC0EuZgphtJcTxlw4lUrCIi2jv3OPw5lz84KpIwO/s1600/opatinhofeio_pic_03.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: arial;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-xwQ4nVgY2B5kcRz7t23jk5rQH3oSoBIiY50oS80Dk8X8wuo-j83i9OUzJEsPOsFotD9nVxw0DpD_XbgVxzYRRua6SpdkbpYJA_SMzC0EuZgphtJcTxlw4lUrCIi2jv3OPw5lz84KpIwO/s1600/opatinhofeio_pic_03.jpg" /></span></a></div>
<div class="post-header" style="color: #aabbcc;">
<div class="post-header-line-1">
</div>
</div>
<span style="font-family: arial;"><br /><br /></span><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Um dos mais graves traumas que uma criança pode sofrer na primeira infância é a negligência afetiva, os maus tratos, o abandono e a falta de vínculos familiares ou seus substitutos, adquirindo distúrbios duradouros da emoção. Essa é a afirmação do neuropsiquiatra, psicanalista e etólogo francês Boris Cyrulnik, conferencista convidado no I Seminário sobre Resiliência e Trauma, em março deste ano, promovido pela Sociedade de Psicanálise Brasileira, CEINP e Instituto Rukha, com apresentação do Projeto Virada Social, objetivando transformar crianças de rua em donas de seu próprio destino.</span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Com a cifra alarmante de 120 milhões de crianças de rua no mundo, segundo dados da UNICEF, e a atrofia e encolhimento de lares com pais e mães cada vez mais ausentes e imersos em seus trabalhos, Cyrulnik acredita que há um crescimento mundial de crianças traumatizadas pela falta de afeto, que se tornam adultos despreparados, frágeis o suficiente para não desenvolverem relacionamentos sociais e ou atividades profissionais, muitas vezes ingressando no submundo das drogas e do crime, acrescentando que na América Latina violência e delinqüência entre os jovens não é uma opção de vida, mas sobrevivência.</span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Segundo o etólogo, a falta de afeto na idade pré-verbal é um dos entraves para uma pessoa se tornar resiliente. Ao contrário do que se pensa, as crianças têm memória sobre experiências que as fizeram sair da rotina, e que antes do advento da fala, alojam-se no seu mundo íntimo. Lembranças de maus tratos, abandono e falta de afeto são ocorrências que não se apagam nessa fase de desenvolvimento, podendo provocar modificações cerebrais, como o atrofiamento do sistema límbico, tornando-as confusas e sem controle emocional.</span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Trazendo narrativas e histórias de seus pacientes, bem como de andanças em missões na Bósnia e Camboja, Cyrulnik descreve essas crianças negligenciadas pela falta de afeto como constantemente sobressaltadas e amedrontadas frente a eventuais novidades, exprimindo desespero descontrolado de qualquer separação. As agressões recebidas na primeira infância são as que modelam a criança de forma mais traumatizante, porque inexiste a ferramenta da fala para fazer as representações e confidências. Ao se detestar uma criança há um envelope de significantes que é perceptível sensorialmente a ela, são esses os fantasmas que recepciona no seu mundo íntimo, diz Cyrulnik. Nesse estágio, quando existe a possibilidade da intervenção da terapia, deve haver uma remodelação do ambiente em que a criança habita, havendo casos em que há necessidade de filmar o cotidiano para que pais ou cuidadores conscientizem-se de seus gestos de desamor.</span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
No entanto, crianças protegidas por vínculos afetivos nos seus primeiros anos de vida estariam mais propensas à resiliência, um conceito contemporâneo em construção para designar a capacidade singular de superar traumas psíquicos e as mais graves feridas emocionais. Mas a melhor definição de resiliência para Cyrulnik é: “A arte de navegar nas torrentes”, lembrando que resiliência faz parte de um processo relacional, entre mundo íntimo e mundo aparente, onde cada indivíduo recepciona de forma subjetiva um golpe, podendo ou não transformá-lo num transtorno patogênico duradouro.</span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Cyrulnik considera muito valiosos todos os recursos, métodos e técnicas terapêuticas utilizados atualmente no tratamento dos traumas (embora particularmente não goste muito da técnica de “regressão”), lembrando que falar com alguém faz parte da resiliência, é aprender a remanejar o afeto, quando a estrutura semântica do discurso funciona como construímos o nosso mundo psíquico. Mas a abordagem no tratamento, segundo suas experiências, deve ser pluridisciplinar, uma equipe de investigação que reúna áreas como psicanálise, lingüística e neurobiologia, por exemplo, que aplicadas conjuntamente no processo terapêutico trazem resultados surpreendentemente positivos na superação de traumas que mulheres, homens, crianças, estão expostos no mundo de hoje. Sem esquecer que socialmente os vínculos familiares e institucionais, como possíveis tutores, vizinhos, professores podem ajudar na produção da resiliência. Às vezes, um pequeno sopro pode dar sentido à existência do traumatizado, fazendo-o retornar ao convívio social.</span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Nascido em Bourdeaux, em 1937, Boris Cyrulnik abriu o campo de pesquisa na França à Etologia, ciência que estuda o comportamento tanto dos animais como dos homens, além de ser reconhecido por desenvolver o conceito de resiliência. Atualmente é responsável pelo grupo de pesquisa em Etologia Clínica no Hospital de Toulon, e professor de Etologia Humana na “Université du Sud-Toulon-Var”. Possui cerca de duzentos artigos publicados sobre o assunto e é autor de 28 livros, entre eles alguns traduzidos para o português, como “Murmúrio dos Fantasmas”, “Patinhos Feitos” e “Resiliência”.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span face="Verdana, sans-serif" style="font-family: arial;">Resiliência é um conceito contemporâneo em construção para designar a capacidade subjetiva de superação de traumas, como uma metáfora retirada da física, onde os corpos, com propriedade elástica, retornam ao estado natural quando cessa a tensão causadora da deformação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;">CYRULNIK, Boris. Murmúrio dos Fantasmas. São Paulo: Martins Fontes, 2005.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;">“Resiliência e Trauma”. In: I Seminário de Boris Cyrulnik no Brasil, realizado na sede da SBP-SP, Av. Dr. Cardoso de Melo, Vila Olímpia, 1450. Promoção: SBP-SP, CEINP e Insituto Rukha.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;">Biografia. In: Consulado da França em São Paulo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;">CEINP – Centro de Estudos e Investigação em Neuro-psicanálise</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span>Ana Amorim de Farias - </span>Psicóloga e Psicanalista</div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span>CRP 06/39859-9<br />Adultos e Casais<br />R Apucarana, 272, sl 611 - Tatuapé-SP<br />(11) 9 9783 0125</span></div></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Times, Times New Roman, serif;"><br /></span></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-4772198412939356272020-03-09T01:58:00.015-03:002023-12-02T18:42:38.605-03:00Lugares <div class="MsoNormal"><br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHX0UHe3muza3c_rtOwvWddhzFphdHEy9xfY9yloqAwVzHo1vF-8jNzC3DzNjK30b1Rg2H__U57NXlGWN_7jiyaaMLKGkkyeHQRjmk0HwwgODg6D1ZU60yzD_5tI_m2yAjyalO_6GBll24/s1600/350949eb143936429f9b26aa9b6332dc.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"> <img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHX0UHe3muza3c_rtOwvWddhzFphdHEy9xfY9yloqAwVzHo1vF-8jNzC3DzNjK30b1Rg2H__U57NXlGWN_7jiyaaMLKGkkyeHQRjmk0HwwgODg6D1ZU60yzD_5tI_m2yAjyalO_6GBll24/w256-h320/350949eb143936429f9b26aa9b6332dc.jpg" width="256" /></a></div><div class="MsoNormal"><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">Em que corpo habitar</div><div class="MsoNormal">depois</div><div class="MsoNormal">Fuga</div><div class="MsoNormal">abandono</div><div class="MsoNormal">corpo vazio</div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">Segue passos</div><div class="MsoNormal">reflete assombros</div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">O sorriso</div><div class="MsoNormal">disfarce</div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">ira</div><div class="MsoNormal">ia e vinha</div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">barco naufrago</div><div class="MsoNormal">acende uma vela</div><div class="MsoNormal">fia</div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">fiandeira</div><div class="MsoNormal">costura</div><div class="MsoNormal">uma teia</div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">aranha</div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">Devora teu inimigo</div><div class="MsoNormal"><br /></div><div class="MsoNormal">Ana Amorim de Farias</div><div class="MsoNormal">08/07/2016</div></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> </div>Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-43115363412855311172020-03-09T01:58:00.014-03:002023-11-30T00:09:32.271-03:00Sobre o Amor<div class="MsoNormal" style="margin-right: 20.2pt;">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEismqw44JFSRrxxoXu2dLVYqiag-D-nJCQQ6p8UFp6lJD_qCwk9nGVNBj4ZmphH1cwoRwm7p5PdDE4EfX3fyXD7N4th-SfDtVhXz8H_1yGHVj088yMCec8LybhzeApwpuUlVJQVCt1MAtGk/s1600/amoo.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span class="Apple-style-span" face=""arial" , "helvetica" , sans-serif"></span></a></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial"; font-size: 13px;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw9C-70FAXaleQOEx6MUd_qAS54CAufOzgaSX_mZKG3UNHwTiee9d0QcWlCSNJN1p8NeaCySU3pI3RO1bzTC-MsJsSnz1OKvj3iyTdezF7x5BUE5PD3592fxN1qXfa2QZDJ3QTR8GVYeSp/s1600/amoo.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="149" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiw9C-70FAXaleQOEx6MUd_qAS54CAufOzgaSX_mZKG3UNHwTiee9d0QcWlCSNJN1p8NeaCySU3pI3RO1bzTC-MsJsSnz1OKvj3iyTdezF7x5BUE5PD3592fxN1qXfa2QZDJ3QTR8GVYeSp/s200/amoo.jpg" width="200" /></a></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: "arial"; font-size: x-small;"></span><br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: helvetica;"><span>"O que é o amor? Onde vai dar? Porque me deixa assim?..."</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: helvetica;"><span class="Apple-style-span"> </span><br />
</span><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: helvetica;"><span>Os versos da música de Selma Reis revelam questões que se repetem entre os enamorados, interrogam-nos sobre o fim do amor romântico, descrença no amor e culto ao individualismo.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: helvetica;"><span class="Apple-style-span"><u1:p></u1:p> </span><br />
</span><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span style="font-family: helvetica;">O ser humano quando avança visualiza tudo que era anterior como ultrapassado, ruim, limitado. Age como um adolescente que necessita desprezar valores passados para depois constatar que alguns podem ser reinventados. Esta tendência própria do humano e dos movimentos históricos é mais acentuada pela nossa cultura em que tudo é descartável, numa brevidade de tempo espantosa onde o novo logo torna-se velho e absoleta e deve ser substituído.</span></span></div>
<span style="font-family: helvetica;"><span class="Apple-style-span"><u1:p></u1:p> </span><br />
</span><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span"><span style="font-family: helvetica;">Observemos que o mesmo se repete nas relações e muitas pessoas tem uma visão avessa ao amor romântico. Acreditam-no estar com os dias contados e que deve ser expurgado como como há um demônio. A concepção do amor romântico foi criada no início do séc. XIX, com o avanço industrial e tem obviamente limitações, supervalorizando as relações em família e entre cônjuges em detrimento de outras relações podendo favorecer uma visão de relação baseada numa simbiose e idealização. Os seus reflexos veríamos no ter que fazer tudo juntos sempre, viver em função um do outro e a concepção que só se é feliz quando estamos amando. Isso pode ser bem pernicioso.</span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: helvetica;"><span class="Apple-style-span"><span>Contudo, cabe dizer que o exteriorizado na visão sociocultural reflete o interior de nós e se encontra terreno fértil é por</span></span><span color="rgb(102 , 0 , 0)"> atender a desejos e necessidade humanas.</span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span color="rgb(102 , 0 , 0)">O amor romântico encontrou terreno fértil é foi "plantado" em nossas almas porque era interesse da época, agora num movimento ao contrário por outros interesses vemos o culto ao individualismo e narcisismo criticar a criação do ideário do amor romântico de forma tão extremada que o própria concepção de amar e formar um casal em ultima instancia tem sido criticada deforma extremada. </span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span color="rgb(102 , 0 , 0)"><br /></span></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span color="rgb(102 , 0 , 0)"><div style="font-family: "Times New Roman"; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: helvetica;"><span color="rgb(102 , 0 , 0)">Mas seria o Amor uma invenção? Seria invenção a alegria de estar amando? As decepções, dores, medos e tudo que muitas vezes nos fazem querer passar longe de algo que pareceu tão convidativo. Por quê as experiências boas, ás vezes tornam-se tormento? Por que pode parecer mais fácil lidar com um grande círculo de amigos do que com aquele que escolhemos amamos?</span><span> </span></span></div><div style="font-family: "Times New Roman"; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span color="rgb(102 , 0 , 0)" style="font-family: helvetica;">Porque as expectativas são menores. Cobramos menos dos amigos, projetamos menos nossos ideais e satisfações, levamos com menos intensidade para as amizades as mazelas da infância.</span></div></span></span></div>
<span style="font-family: helvetica;"><span class="Apple-style-span">
<u1:p></u1:p> </span><br />
</span><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: helvetica;"><span>Passemos ao caso de duas pessoas com uma história, num fragmento de intimidade. Estão aconchegados em um abraço terno, de repente, passam, para a agitação do desejo, transformações no corpo, prazer, intensidade, orgasmo, e uma nova quietude. Tudo isso pode ser integrado por suas psiques e muito convidativo do viver.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><br /></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: helvetica;"><span>O amor não deve ter “obrigações” como dar o amor que não recebemos na infância, valorizar-nos quando nos mesmo não conseguimos fazê-lo. Se há dores desta monta há que se cuidar fora da relação. </span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
<span class="Apple-style-span"><span style="font-family: helvetica;">
<u1:p></u1:p> </span><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: helvetica;"><span>Para a relação podemos levar anseios, esperanças, desejos possíveis de serem vividos, compartilhados, acolhidos. Podemos levar amor para recebermos amor.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div>
<span style="font-family: helvetica;"><u1:p></u1:p> </span><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: helvetica;"><span>Para Freud, o pai da psicanálise, teríamos duas formas de escolha de objeto amoroso. Na escolha de objeto anaclítica amo aquele que me protege ou cuida. Enquanto a escolha narcísica tem seu motor na identificação, ou seja, amo aquele que um dia fui, aquele que sou ou que gostaria de ser. Os amores tendem mais a uma ou outra forma. A divisão aqui é didática, mas muitos amores se encontram nestas formas “puras” e, diga-se de passagem, limitadas. Se eu amo meu companheiro ou companheira pela sua função de cuidado e proteção comigo, desprezando a riqueza do seu mundo interior quando este se vê impossibilitado de exercer “sua função” deixo de amar ou meu amor entra <st1:personname productid="em crise. Se" w:st="on"><st1:personname productid="em crise. Se" u2:st="on">em crise. Se</st1:personname></st1:personname> amo apenas por identificação, o outro não pode mudar, não há possibilidade de crescimento.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div>
<span style="font-family: helvetica;"><u1:p></u1:p> </span><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: helvetica;"><span>Um amor maduro é forte, intenso quando abriga a identificação e o desejo mútuo de troca de cuidados. Amo o outro por Ser quem ele é, não pelo que me faz. Recebo de bom grado o que me faz e me dou tanto mais, mas amo pelo que o outro é.</span><span style="color: black;"><o:p></o:p></span></span></div>
<span style="font-family: helvetica;"><u1:p></u1:p> </span><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span style="font-family: helvetica;">Há um tanto de identificação, o outro pode ser até mesmo aquele que fui, sou e gostaria de ser, num verdadeiro amálgama. Assim começa uma paixão que pode virar amor. E recorremos novamente à poética da música... O que é o amor? Onde vai dar? Parece não ter fim.<br />
<br />
Ana Amorim de Farias, 2009 </span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">Psicóloga e Psicanalista </span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;">CRP 06/39859-9</span></div>
<span style="font-family: helvetica;"><u1:p></u1:p> </span><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
</span></div>
<span style="font-family: "arial"; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span>Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-71465896918530949312020-03-09T01:58:00.009-03:002022-04-27T15:44:28.561-03:00Entre o Amor e a Paixão - Take this waltz<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhslUDy4wRSXMFWu_Dm3ZU-zMVZUE-2gbE3iTSjdZk-SrV0uebwdTCUdIEbvedEtNp_oEPHLyWJwj8RIB9SteFtxbT3W1lz_f4NtEmvoFFFZ0fi0_UXVnv9CdfEbhnSNnfBDSp9DGaPnpfh/s1600/23-entre-o-amor-e-a-paixao.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhslUDy4wRSXMFWu_Dm3ZU-zMVZUE-2gbE3iTSjdZk-SrV0uebwdTCUdIEbvedEtNp_oEPHLyWJwj8RIB9SteFtxbT3W1lz_f4NtEmvoFFFZ0fi0_UXVnv9CdfEbhnSNnfBDSp9DGaPnpfh/s400/23-entre-o-amor-e-a-paixao.jpg" width="400" /></a></div>
</div>
<div style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;">
<span><span style="font-family: helvetica;">Há filmes que nos lançam ao mundo da fantasia e sonho, sendo este o grande mérito e sentido deles, uma vez que o humano precisa do sonho e da fantasia. Outros nos fazem mergulhar nas agruras do viver e refletir às duras penas. O filme “Take this waltz” da diretora e roteirista canadense Sarah Polley está na segunda categoria.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span><span face="Arial,Helvetica,sans-serif"><span style="font-family: helvetica;">A substituição do nome em inglês por “Entre o Amor e a Paixão” engana o que se deve esperar do filme que não se reduz ao conflito de uma jovem mulher entre um amor que vive no relacionamento conjugal e uma paixão avassaladora por um homem estranho que surge em sua vida. <i><b>“Take this waltz” trata sobretudo da solidão das pessoas dentro dos relacionamentos quando estes se esvaziam, pairam na superficialidade, quando a dificuldade em se comunicar causa a deterioração dos relacionamentos ou até a impossibilidade de serem construídos.</b> </i></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span><span face="Arial,Helvetica,sans-serif"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span><span face="Arial,Helvetica,sans-serif"><span style="font-family: helvetica;"> Vemos o casal Margot (Michelle Williams) e Lou (Seth Rogen) a todo momento dizerem um ao outro que se amam, utilizando de uma brincadeira particular do casal e de formas as mais insólitas possíveis. Em uma das cenas Margot logo ao ser acordada pelo marido diz: “Eu te amo tanto que vou amassar a sua cabeça como purê de batatas”. Ele responde: “Eu te amo tanto que vou colocar o seu braço em uma máquina de moer carnes.” Por fim, ela ganha a brincadeira nesta vez fazendo o marido rir ao dizer “Eu te amo tanto que vou injetar no seu rosto uma combinação de influenza e ebola.” O que nos arranca um sorriso angustiado. <i><b>Logo vemos que as brincadeiras escondem e revelam o que não pode ser dito, pensado e até mesmo sentido por eles.</b></i> <b><i>A necessidade constante de afirmação do amor esconde as dúvidas e medos do casal na impossibilidade de lidarem com suas diferenças e sentimentos mais profundos.</i></b> </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span><span face="Arial,Helvetica,sans-serif"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span><span face="Arial,Helvetica,sans-serif"><span style="font-family: helvetica;">Na brincadeira repetitiva são dois iguais, como se fossem apenas duas crianças brincando, mas como adultos não conseguem lidar com a diferença entre as formas de expressarem o seu amor e desejo um para o outro. <i>Margot quer ter um filho, ele não, mas não conversam sobre isso, sobre o significado desta diferença e como vão lidar com ela. </i>O que significaria para Margot o marido não desejar ter um filho com ela? Por qual motivo este desejo é ausente para ele e até mesmo impensável? Nada disso sabemos, nem eles conseguem se deparar com tais questões. O que fica? A dor, a mágoa, a raiva. Sentimentos que ambos tentam evitar usando como barreira protetora as brincadeiras que são ao mesmo tempo uma expressão destes mesmos sentimentos. </span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span><span face="Arial,Helvetica,sans-serif"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span face="Arial,Helvetica,sans-serif"><span><b><i>Nas brincadeiras podemos ainda ouvir que a pergunta: quem ama mais? É uma constante dentro de cada um revelando a insegurança e o medo de amar mais ao outro do que se é amado.</i></b> A protagonista num determinado momento pergunta: “Quando mesmo comecei a perder nesta brincadeira?”. O que poderíamos traduzir pela questão quando meu amor começou a diminuir? Neste momento seu companheiro comenta que começou a ganhar porque talvez a ame mais do que no começo.
A dúvida e o medo não permitem que possam respeitar o tempo do desejo de cada um, de tal forma que primeiro temos uma cena na qual Margot não corresponde ao desejo sexual do marido e numa segunda cena ele faz o mesmo. O que poderia ser vivido apenas como um desencontro, caso não houvesse sentimentos reprimidos entre ambos, é vivido por cada um como uma rejeição. A diferença é que Margot ao dizer que não quer avançar para uma relação sexual percebe que o marido ficou aborrecido, nomeia isto e pede desculpas, enquanto Lou não apenas não corresponde ao desejo dela como não o reconhece. Ele não corresponde à tentativa de sedução da esposa por supostamente estar impedido de fazê-lo ao se ocupar da preparação do jantar, inconsciente de que a rejeita por ter se sentido rejeitado anteriormente.</span></span><span face="Arial, Helvetica, sans-serif"> <i>Tal negação do que está sendo vivido entre eles mergulha Margot num profundo desespero já que fazendo isso Lou nega a realidade a tal ponto que ela fica totalmente sozinha e no lugar de quem está delirante. </i>Em sinal de desespero Margot chora e o marido diz: “Eu estou apenas fazendo o frango?”. Perguntamo-nos por qual motivo Lou seria tão cruel com a esposa pela qual está envolvido e imaginava viver o restante da vida? Em outro momento diz a ela: <b><i>“Em algum lugar eu sabia que alguma coisa não estava bem, mas acho que apenas esperava passar.”</i></b></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif"><i><b><br /></b></i></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif"><i>
<b>Os mecanismos de defesa inconscientes servem para que o psiquismo se proteja de lidar com certos sentimentos que seriam vividos como intoleráveis ou dolorosos pelo ego(eu). Todos nós os utilizamos, porém o que vemos é o mecanismo da negação sendo utilizado até as últimas consequências.</b> <b>Lou não reconhece seus sentimentos nem da os sua mulher, portanto não a vê. </b></i>
Em sucessivas cenas Margot busca a atenção do marido, quando ele está ao telefone, cozinhando, no restaurante com ela distante. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif">O que fica evidente é que há um impedimento para além da tarefa que ele estaria executando. Numa das cenas estão num restaurante para comemorar o aniversário de casamento, porém ele não consegue criar um espaço de conversa com ela, ao ser solicitado por Margot diz que não tem o que conversar com ela porque sabem tudo um do outro por viverem juntos. Paralelamente a estas cenas Daniel (Luke Kirby) com quem Margot flerta numa viagem a persegue pelas ruas e lugares.
Margot busca alguém que a veja, a ouça, a ame, mas como uma criança deixa-se embalar nos movimentos do carrossel que levam à vertigem, mas são temporários. </span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif"><br /></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><span face="Arial, Helvetica, sans-serif">O filme que ficaria bem traduzido como “Alguém para conversar” <b><i>revela que o essencial para o relacionamento amoroso é, para além da junção do amor e desejo, a possibilidade de enfrentar alguns dos medos e dores mais profundos que assombram a alma humana: o medo da rejeição e a dor de não receber o olhar do outro
como correspondência do nosso olhar.</i></b></span></span></div>
<span style="font-size: medium;"><br />
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<br />
</span><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3;">
<b><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; mso-fareast-language: PT-BR;">Poema que inspirou
"Take this Waltz" de Leonard Cohen </span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; mso-outline-level: 3;">
<span style="font-size: medium;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; mso-fareast-language: PT-BR;">En Viena hay diez muchachas,<br />
un hombro donde solloza la muerte<br />
y un bosque de palomas disecadas.<br />
Hay un fragmento de la mañana<br />
en el museo de la escarcha.<br />
Hay un salón con mil ventanas.<br />
<br />
¡Ay, ay, ay, ay!Toma este vals con la boca cerrada.<br />
<br />
Este vals, este vals, este vals, este vals,<br />
de sí, de muerte y de coñac<br />
que moja su cola en el mar.<br />
<br />
Te quiero, te quiero, te quiero,<br />
con la butaca y el libro muerto,<br />
por el melancólico pasillo,<br />
en el oscuro desván del lirio,<br />
en nuestra cama de la luna<br />
y en la danza que sueña la tortuga.<br />
<br />
¡Ay, ay, ay, ay!Toma este vals de quebrada cintura.<br />
<br />
En Viena hay cuatro espejos<br />
donde juegan tu boca y los ecos.<br />
Hay una muerte para piano<br />
que pinta de azul a los muchachos.<br />
Hay mendigos por los tejados,<br />
hay frescas guirnaldas de llanto.<br />
<br />
¡Ay, ay, ay, ay!Toma este vals que se muere en mis brazos.<br />
<br />
Porque te quiero, te quiero, amor mío,<br />
en el desván donde juegan los niños,<br />
soñando viejas luces de Hungría<br />
por los rumores de la tarde tibia,<br />
viendo ovejas y lirios de nieve<br />
por el silencio oscuro de tu frente.<br />
<br />
¡Ay, ay, ay, ay!Toma este vals, este vals del "Te quiero siempre".<br />
<br />
En Viena bailaré contigo<br />
con un disfraz que tenga cabeza de río.<br />
¡Mira qué orillas tengo de jacintos!<br />
Dejaré mi boca entre tus piernas,<br />
mi alma en fotografías y azucenas,<br />
y en las ondas oscuras de tu andar<br />
quiero, amor mío, amor mío, dejar,violín y sepulcro, las cintas del vals.<br />
<br />
(Frederico Garcia Lorca - Pequeño Vals Vienés) </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; mso-fareast-language: PT-BR;">Ana A. Farias - Psicanalista </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; mso-fareast-language: PT-BR;">CRP 06/39859-9</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;"><span style="font-family: "Times New Roman"; font-size: medium; mso-fareast-language: PT-BR;">anaamorim.psy@gmail.com</span></div>
<div><br /></div><br />Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-74261991490216527812020-03-09T00:38:00.000-03:002020-03-09T00:38:06.112-03:00Quem ama sofre, quem não ama adoece<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguFjZ73sFt1TYy_cjVEAFPssCrmwQmsOjlJsEuyI1iKhxdYW6mqB7Q8Ni4Y5fyPp22NJk9Vpa0sPxKCH9SZxaMeR07i92P6M91ecHxqYqdjDURWt_dZaRT3I5Fz-DxE8gu0flKTTMi3oXq/s1600/dfe205e7737d96540dfdaa35f7c96973.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="600" data-original-width="457" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguFjZ73sFt1TYy_cjVEAFPssCrmwQmsOjlJsEuyI1iKhxdYW6mqB7Q8Ni4Y5fyPp22NJk9Vpa0sPxKCH9SZxaMeR07i92P6M91ecHxqYqdjDURWt_dZaRT3I5Fz-DxE8gu0flKTTMi3oXq/s320/dfe205e7737d96540dfdaa35f7c96973.jpg" width="243" /></a></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
A frase “Quem ama sofre, quem não ama adoece” é uma das mais populares de Sigmund Freud. Faz parte de “A introdução ao narcisismo” e é muitas vezes vista sendo compartilhada nas principais redes sociais. Muitos pensam que tem um sentido romântico, mas a realidade é que é o resultado de uma teoria ao respeito.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Sigmund Freud e a psicanálise têm sido questionados inúmeras vezes. A crítica mais frequente é que é um corpo teórico “não científico”. Não obstante, a teoria de Freud influenciou todas as ciências humanas, incluindo disciplinas complexas como a psiquiatria.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
De qualquer forma, poucos discutem a importância do amor no desenvolvimento do ser humano. Desde o primeiro momento em que abrimos nossos olhos para o mundo, sofremos de uma falta: a falta do outro. Não há como sobreviver ou crescer se alguém não estiver presente, o que torna isso possível.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Isso, em outras palavras, significa que, se não houver pelo menos algum amor no início de nossa vida, sobreviver se torna impossível. Alguém tem que cuidar das nossas necessidades ou morreremos.</div>
<div dir="ltr">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O ser humano sempre foi um ser necessitado, um ser carente. Há um vazio em nós que não pode ser preenchido, mesmo que às vezes acreditemos que não seja assim. Isso porque, para sempre, estamos condenados a uma solidão desagradável. Na medida em que somos capazes de estabelecer laços íntimos e amorosos, a realidade é que nascemos, vivemos e morremos praticamente sozinhos.</div>
<br />
<div dir="ltr">
</div>
<div style="text-align: justify;">
Quem ama sofre</div>
<div style="text-align: justify;">
Muitas formas de sofrimento são trazidas para o amor, desde o amor não correspondido até a descoberta de que o amor não resolve tudo. De um jeito ou de outro, não há como amar sem sofrimento. Por que deve ser assim? Por que o amor não leva à felicidade? Não é um comportamento masoquista pensar dessa maneira?</div>
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Apaixonar-se é uma espécie de “raiva maravilhosa”, na qual todos os significados do mundo são simultaneamente alterados. Tem muita obsessão, mas ao mesmo tempo dá uma vitalidade que é difícil de alcançar com outras experiências. Apaixonar-se é atroz e, ao mesmo tempo, delicioso. É perfeitamente representado no romance Amor nos tempo do cólera, que afirma que “o amor tem os mesmos sintomas da cólera”.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Sim, apaixonar-se é sofrer com prazer. Sofrer porque a pessoa tarda em chegar, sentir-se morrendo quando se suspeita que tudo pode acabar. Saber que poderíamos ir para o inferno na companhia daquela pessoa que roubou nossos corações. Alternar-se entre a emoção de amar e ser amado com o medo de perder aqueles que você ama. O entusiasmo do encontro, com as dúvidas insidiosas de abandono.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Uma vez que essa fase vibrante de se apaixonar acabou, há uma espécie de falta de começo. Algo se foi, algo não é como antes. Sabemos que continuamos amando essa pessoa, mas também sabemos que o amor tem limites. Então você sofre, porque você tem que dizer adeus à ilusão do amor romântico e eterno.</div>
<div dir="ltr">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quem não ama fica doente</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando uma pessoa tem dificuldades em estabelecer laços de amor com os outros, ela se torna emocional e mentalmente vulnerável. O hermetismo, o fechamento obsessivo em si mesmo, a dificuldade em comunicar aos outros o que sente ou pensa indica que as coisas não estão dando certo.</div>
<br />
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
O ego fica doente. Se as coisas importantes são apenas aquelas que têm a ver com si mesmas e temos grande dificuldade em reconhecer o que afeta os outros, provavelmente a pessoa em questão está presa em seu próprio narcisismo. Este não é um fator moral ou eticamente incorreto. É um sinal perturbador, indicando que esta pessoa ficou doente ou adoecerá.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
O tempo é sempre muito importante em assuntos que têm a ver com a mente. Todos vivemos em fases, durante as quais relutamos em entrar em contato com outras pessoas ou fases em que precisamos ficar sozinhos com nós mesmos. No entanto, quando isso se torna um comportamento permanente, os problemas começam. A principal delas é certamente que o narcisismo é um forte sinal de distanciamento da vida e uma inclinação para tudo o que representa a morte.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
É como se alguém ficasse doente de si mesmo. Que o foco excessivo em si mesmo, mais cedo ou mais tarde, resultará em angústia, obsessão. Também se traduz em uma vida que não é muito produtiva e carente de significado ou em um esquema em que os outros são apenas ferramentas, objetos que são usados para atingir seus objetivos. Sob essas condições, cada vez nos afastamos cada vez mais da possibilidade de alcançar o que todos ansiamos: a paz interior.</div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div dir="ltr" style="text-align: justify;">
Do site La Mente è Meravigliosa</div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-7534090502789708712018-11-20T21:02:00.001-02:002023-12-03T17:44:19.714-03:00Anorexia e bulimia: Pulsão com ou sem o Outro? Elisa Alvarenga<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; font-family: "book antiqua", "times new roman", times, serif; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgknQ-cNj_Qk7HIdNv6oKhlJofTeCadaFmS6_ITjnFS1jEdzlQxwSj-I7dUEaAuY90rcYDVdS52eQ_N1UNF7P1wAkiWtPVWrd3u6ZSKVzPAv-I4GhHdkP9i7cMOZySb1zeyto-gr_GqRGq1/s1600/download+%25283%2529.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="183" data-original-width="275" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgknQ-cNj_Qk7HIdNv6oKhlJofTeCadaFmS6_ITjnFS1jEdzlQxwSj-I7dUEaAuY90rcYDVdS52eQ_N1UNF7P1wAkiWtPVWrd3u6ZSKVzPAv-I4GhHdkP9i7cMOZySb1zeyto-gr_GqRGq1/s1600/download+%25283%2529.jpg" /></a></div>
<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">A
psiquiatria contemporânea, como sabemos, optou por suprimir a categoria da
histeria das suas classificações diagnósticas. Isso não impede, porém, que o
real da experiência se manifeste, por exemplo, sob a forma da atual epidemia
histérica da anorexia: ela surge geralmente na adolescência, no sexo feminino
e, cada vez mais frequente, nos países capitalistas.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<b><span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">A anorexia
foi descrita, em 1873, por Charles Lazègue, que a fez entrar, solidária à
histeria, na nosologia psiquiátrica</span></b><span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;"> (1). Um século depois, Freud,
num manuscrito enviado a Fliess, complexifica a questão, aproximando anorexia e
melancolia: a perda do apetite equivale a uma perda da libido. Freud destaca,
no entanto, a anorexia histérica, onde a voluptuosidade fica ligada à
repugnância como defesa (2). Assim, se esta entidade clínica não foi isolada
pelo discurso analítico, inauguram-se com Freud as investigações e
contribuições dos psicanalistas sobre as causas e possibilidades terapêuticas
da anorexia.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Os
psiquiatras quiseram ultrapassar a concepção freudiana da anorexia como
transtorno pulsional, que poderíamos dividir em duas vertentes, desenvolvidas
pelos psicanalistas lacanianos:<b> as perturbações da libido onde está
fundamentalmente em causa a relação do sujeito com o desejo do Outro, e portanto
a significação fálica, e aquelas onde o sujeito se satisfaz num gozo pulsional
autoerótico.</b></span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Ao ignorar,
como dizíamos, a concepção freudiana da anorexia como transtorno pulsional, os
psiquiatras quiseram restringir a anorexia a um transtorno essencial da
integração da imagem do corpo, limitando-se aos aspectos sobretudo imaginários
da relação do sujeito com seu corpo. É certo que a imagem do corpo, pertencente
ao registro imaginário, tem um papel central na anorexia, mas ela passa a
funcionar como um nó real. <b>Ali onde a função simbólica falha, seja
estruturalmente, no caso das psicoses, seja circunstancialmente, nos episódios
anoréxicos na neurose, a fixidez de um excesso nesta imagem, que se manifesta
como ver-se gordas mesmo em estado de máxima magreza, verificará sua função de
real.</b></span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Na histeria
a imagem do corpo pode vir como substituto à falta do significante que
representaria o sujeito no Outro. <b>A anorexia é uma maneira da histérica
buscar nomear-se como mulher através da imagem do seu corpo, buscando esgotar
na imagem a pergunta pela feminilidade. Na falta de ter o falo, a anoréxica
quer sê-lo, mesmo que seja, como o diz Lacan, um falo meio magrelo</b>(3). <b>Ela
paga com o corpo, no entanto, sua recusa da castração simbólica: inibição da
sexualidade, detenção da função hormonal, borramento dos caracteres sexuais
secundários e amenorréia.</b></span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Lacan,
apesar das referências esparsas à anorexia, sobretudo àquela que se aproxima da
estrutura da histeria, nos dá elementos para ler a posição do sujeito anoréxico
ou bulímico e pensar intervenções possíveis do psicanalista, desdobrando uma
série de casos segundo a posição do sujeito diante do Outro(4)</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Nos casos
mais complexos, as intervenções são, entretanto, mais eficazes, pois a anorexia
é literalmente mental: <b>o sujeito não quer nada saber, a aversão pelo
alimento traduz uma aversão por seus próprios pensamentos. </b>Trata-se de
uma repugnância de caráter libidinal, tal como quando, na histeria, o falo se
reduz ao pênis, em virtude da dificuldade do sujeito em alojar-se sob a
significação fálica. Um exemplo clássico é o caso do homem dos miolos frescos,
comentado por Lacan em A direção do tratamento( 5). Este paciente, de Ernst
Kris, que apresentava severa inibição intelectual, não podia pensar, ter suas
próprias idéias, por medo de roubar as idéias dos outros, tal como roubava
guloseimas quando criança. Ele não consegue escrever porque está obcecado pelo
medo de plagiar seu vizinho. Trata-se, para Lacan, de um caso de anorexia
mental, anorexia, neste caso, quanto ao desejo do qual vivem as idéias, e Lacan
o embarca na balsa das virgens magras. Na dificuldade em dar um sentido fálico
à rivalidade com o pai, o paciente vai comer miolos frescos após a intervenção
do analista, que tenta mostrar-lhe que ele não é plagiário[i]. O acting-out é
uma maneira de dizer que o analista não está bem colocado, mostrando que o
sujeito está, apesar da inibição, tocado pelo inconsciente.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Um exemplo
de anorexia em um sujeito histérico nos é relatado por Alessandra Rocha: uma
adolescente anoréxica, e logo, bulímica, com seu cortejo de vômitos
compulsivos, sob seus cuidados, se coloca claramente na posição de buscar o
olhar do pai e da mãe sobre ela. Sendo a irmã mais velha o ideal de beleza e a
cúmplice da mãe na sua posição de mulher, B quer encarnar, com seu corpo
esquálido, o ideal do corpo perfeito colocado pela mãe, que está sempre
concernida com um regime alimentar. Com suas exigências alimentares
particulares, B quer, ao mesmo tempo, uma prova de amor da mãe, fazer face à
rivalidade da irmã, que compete com ela nas escolhas amorosas e ser alvo do
olhar do pai, a quem angustia. Na transferência, logo toma a analista no lugar
d’A mulher que saberia algo sobre o feminino. Atua, ausentando-se das sessões,
como que perguntando: posso faltar ao Outro? O Outro pode ficar sem mim? É o
seu lugar no desejo do Outro o que está em questão.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Fazendo
série, <b>temos os casos em que o sujeito joga com a recusa do alimento
como recurso extremo para sustentar o seu desejo e não ser reduzido a um objeto
para o Outro.</b> Nestes casos, menos plásticos às nossas intervenções, a
anorexia se instala quando o Outro, confundindo o dom de seus cuidados com o
dom de amor, no lugar do que não tem, “empanturra a criança com a papinha
asfixiante do que tem. É a criança alimentada com mais amor que recusa o
alimento e usa sua recusa como um desejo(6). Temos a esse respeito um exemplo
anedótico relatado por Jorge Alemán, que nos conta numa conferência que, na sua
infância, diante do esmero da mãe em fazê-lo comer, preparando-lhe os mais
sofisticados pratos, perdia totalmente o apetite. Só foi recuperá-lo na
adolescência, quando passou a comer fora de casa com os amigos (7).</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Um terceiro
caso de figura, mais reticente às intervenções do analista, é aquele em que o
paciente faz da anorexia um suicídio lento pela boca(8) colocando em cena um
apetite de morte que configura o imperativo implacável do supereu. São os casos
em que, se não temos uma psicose desencadeada, devemos estar atentos à função
que cumpre o comportamento anoréxico ou a compulsão alimentar. São geralmente
sintomas instalados desde a infância, modos de vida do sujeito, maneiras de
lidar com o Outro, originalmente materno, de forma a mantê-lo a uma suficiente
distância para viver. A precariedade da metáfora paterna se revela na
implacabilidade do supereu, cuja vigilância pesa sobre os passos do sujeito.
Não estamos, ainda, nestes casos, diante de uma psicose melancólica, mas o
tratamento se faz necessário, ao longo da vida, para impedir que o sujeito
sucumba ao imperativo do supereu, seja morrendo de inanição, seja provocando,
pelos excessos, toda sorte de doenças que colocam em risco sua vida.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Por exemplo
Z, há anos em análise, é obesa desde a infância. Lembra-se que a mãe a
alimentava em segredo, curto-circuitando a preocupação do pai, desde sua
infância, com um regime para emagrecer. Na sua prática bulímica, que a torna feia
e disforme, Z atende, ao mesmo tempo, à demanda da mãe de alimentá-la e à
demanda velada do pai de que ela, tornando-se uma cientista, não encontre um
companheiro. Sua preferência pelos homens casados ou homossexuais, e portanto,
o impedimento de ter um homem em sua vida, nos faria pensar à histeria, não
fosse o apetite de morte que se coloca em cena na sua compulsão alimentar.
Sucedem-se, no corpo, todo tipo de doenças graves, marcas da obesidade mórbida.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Z não pensa
em prescindir da análise, mas recusa, sistematicamente, o uso de
antidepressivos, artifício proposto para tocar na inércia do gozo, manifesto em
suas queixas, constantes, de tristeza, incapacidade e descrença em si mesma.
Quando se atreve a viver uma experiência amorosa ou a pensar numa terapêutica
mais efetiva, ela entra em pânico: é a sua reação diante da possibilidade de
ser desalojada do seu sintoma. Saberia ela viver sem ele?</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Finalmente,
caberia destacar os sintomas anoréxicos e bulímicos presentes nas psicoses
esquizofrênicas e melancólicas. Trata-se aqui, não da mortificação do corpo
pelo significante, mas do retorno, no real, do princípio freudiano do Nirvana,
como propõe Massimo Recalcati, com o seguinte exemplo. Nas palavras de sua
paciente: “A vida é um excesso, um terremoto. Tudo aquilo que me vejo obrigada
a comer, deve ser neutro. Só o sem-sabor ou o não-sabor me sustenta, o sabor me
ameaça, me perturba, me desequilibra. Não sou eu quem sente o sabor, mas o
sabor me ameaça. Como o mínimo do mínimo, que deve ser sem-sabor, não deve
acrescentar nada ao corpo. Se sinto o sabor, tudo desmorona”. Um sujeito
anoréxico histérico, ao contrário, mastiga para sentir o sabor e cospe para não
incorporar o alimento. Outra paciente, psicótica, diz: “O mesmo que entra deve
poder sair do corpo. As entradas devem ser equivalentes às saídas. Assim,
depois de vomitar, tenho que verificar que tudo aquilo que havia comido saiu do
corpo"(9).</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Segundo
Mônica Schettino, psiquiatra integrante de uma equipe do Serviço de Saúde do
Adolescente do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais,
esta equipe atende atualmente cerca de 30 pacientes com sintomas alimentares.
Mais de dois terços destas pacientes apresentam quadro predominante de
anorexia, entre as quais, algumas de anorexia/bulimia, e menos de um terço
quadro apenas bulímico. Menos de 10% dos casos são do sexo masculino, sendo
portanto a grande maioria do sexo feminino.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Pouco mais
de 50% destas pacientes têm o diagnóstico estrutural de neurose. A
anorexia/bulimia revela-se, nestes casos, como uma estratégia para evitar a
sexualidade. Trata-se, diríamos, de uma recusa do corpo, da posição feminina. É
importante lembrar que estas adolescentes, entre 14 e 24 anos, estão justamente
se defrontando com o encontro com um parceiro sexuado.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Um pequeno
número destas pacientes pode ser incluído no diagnóstico de psicose
esquizofrênica, com delírios persecutórios em relação àquilo que vem do Outro,
sob a forma de alimento. Outros casos, que revelam uma posição depressiva do
sujeito, oriunda da perda de lugar na relação com o Outro materno, suscitam
mais discussões diagnósticas. Para Mônica, o diagnóstico estrutural é aí
fundamental, e o uso de antipsicóticos, sobretudo os atípicos, tem sido eficaz
em algumas pacientes que não respondem aos antidepressivos.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Das 22
pacientes anoréxicas, 9 fizeram ou fazem uso de antipsicóticos. O trabalho com
estas pacientes não é fácil, pois na transferência “devoram e vomitam o analista”,
o que justifica o recurso aos psicofármacos, para tornar o trabalho mais
viável.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">Do primeiro
caso, comentado por Lacan, onde se trata de fazer do sintoma anoréxico um
significante lisível enquanto sintoma histérico, até o último, onde se trata de
acompanhar o paciente na busca de uma solução menos mortífera, temos toda uma
gama de estratégias e táticas de aplicação da psicanálise. A anorexia não é,
para o psicanalista, um sintoma alvo, mas uma maneira do sujeito estar no
mundo, temporária ou permanentemente. Parafraseando Alain Merlet (10). que nos
fala dos sintomas psicossomáticos como sintomas em suspenso, podendo ser
encontrados de maneira contingente e provisória, à espera de uma boa
interpretação que os inclua em uma cadeia significante, podemos fazer deles
sintomas analíticos ou se estão fadados a cumprir, para tal sujeito, a função
de um sinthoma, identificação da qual ele não pode prescindir.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">1 LAZÈGUE, C. De la anorexia
histérica, in <i>Estudios de anorexia y bulimia</i>, Buenos Aires, Atuel,
2000, p. 183-187.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">É FREUD, S. Rascunho G, in <i>ESB
I,</i> RJ, Imago, 1977, p. 276 e 279.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">3LACAN, J. A direção do tratamento
e os princípios do seu poder, in <i>Escritos</i>, RJ, Zahar, 1998, p. 633.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">4 Cf. a esse respeito LAURENT, E.
Improvisación - anorexias, in <i>Estúdios de anorexia e bulimia</i>, op.
cit., p. 131-137.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">5 Cf. LACAN, J. A direção da cura e
os princípios do seu poder, op. cit., p. 607.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">6 Ibidem, p. 634.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">7Cf. ALEMÁN, J. El apetito de
muerte, in <i>Pliegos</i>, ELP, Madrid, 2001, p. 31.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">8RECALCATI, M. Los dos “nada” de la
anorexia, in <i>Pliegos</i>, op. cit., p. 46.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;">9Cf. MERLET, A. Sintomas em
suspenso, in <i>Florilégio clínico do ano 2000</i>, AMP, Buenos Aires,
2000, p. 13-18.</span><span style="color: black; font-size: 11pt;"><o:p></o:p></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;"><br /></span></div><div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"><span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 11pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: arial;">Ana Amorim de Farias - </span><span style="font-family: arial;">Psicóloga e Psicanalista</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: arial;">CRP 06/39859-9<br />Adultos e Casais<br />R Apucarana, 272, sl 611 - Tatuapé-SP<br />(11) 9 9783 0125</span></div></div>
<br /></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-18905318267087886882018-10-28T17:24:00.000-03:002018-10-28T17:37:05.352-03:00Sobre a grandeza e pequenez humanas<div style="background-color: white; box-sizing: border-box; color: #333333; font-family: 'Helvetica Neue', Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 17.5px; line-height: 25px; margin-bottom: 10px;">
<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG163caKyzOl90uPHpWg-6y5setIE87Aq0VMJWxGrXny28qjJdfYpwrKxqevwUIIhW1b2YYDgCMkv9uP4KrJKIncOYB3UIwt7Sz51dVGYC4GEjG06EudKrE4KMOIPZD9HTM2enadcszapw/s1600/a3a7ac78af8cd1bd4595d255393fd948.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="541" data-original-width="445" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG163caKyzOl90uPHpWg-6y5setIE87Aq0VMJWxGrXny28qjJdfYpwrKxqevwUIIhW1b2YYDgCMkv9uP4KrJKIncOYB3UIwt7Sz51dVGYC4GEjG06EudKrE4KMOIPZD9HTM2enadcszapw/s320/a3a7ac78af8cd1bd4595d255393fd948.jpg" width="263" /></a></div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgG163caKyzOl90uPHpWg-6y5setIE87Aq0VMJWxGrXny28qjJdfYpwrKxqevwUIIhW1b2YYDgCMkv9uP4KrJKIncOYB3UIwt7Sz51dVGYC4GEjG06EudKrE4KMOIPZD9HTM2enadcszapw/s1600/a3a7ac78af8cd1bd4595d255393fd948.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="background-color: #efefef; color: #333333; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 25.2px;">(ilustración de </span></a><a href="http://www.segura-artiste-peintre.fr/" style="background-color: #efefef; color: #678098; font-family: Verdana, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 25.2px; outline: 0px; text-align: start; text-decoration-line: none; text-shadow: rgba(255, 255, 255, 0.498) 0px 1px 0px;" target="_blank">Jean-François Segura</a><span style="background-color: #efefef; color: #333333; font-family: "verdana" , sans-serif; font-size: 14px; line-height: 25.2px;">)</span><br />
"O <b>grande homem</b> é, pois, aquele que reconhece quando e em que é pequeno. <b>O homem pequeno é aquele que não reconhece a sua pequenez e teme reconhecê-la</b>;<b> que procura mascarar a sua tacanhez e estreiteza de vistas com ilusões de força e grandeza, força e grandeza alheias. </b>Que se orgulha dos seus grandes generais, mas não de si próprio. Que admira as idéias que não teve, mas nunca as que teve. Que acredita mais arraigadamente nas coisas que menos entende, e que não acredita no que quer que lhe pareça fácil de assimilar." (grifo meu) Wilhelm Reich </div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-8033701744262033762018-06-10T19:08:00.001-03:002023-12-03T17:45:30.150-03:00Diagnostico na Clinica Psicanalítica <div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguxqlRhtvzgtPSYUA9c20PcbRhrpPgN3oRU4y4okDjBfpHQkgnsHXDnpw85pkmf_CQ42sLzgH0m13tGEkIACspyFpi3zVtrY41FV1h8j3TXufEtlrCgv7QHGFLKE2QxOnUqBG1xjARi_KB/s1600/bigstock-Evolving-Dream-84327407-e1463097558389.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1200" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguxqlRhtvzgtPSYUA9c20PcbRhrpPgN3oRU4y4okDjBfpHQkgnsHXDnpw85pkmf_CQ42sLzgH0m13tGEkIACspyFpi3zVtrY41FV1h8j3TXufEtlrCgv7QHGFLKE2QxOnUqBG1xjARi_KB/s320/bigstock-Evolving-Dream-84327407-e1463097558389.jpg" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: arial;"><br />
"Apenas faz sentido inferir uma patologia de caráter ou um transtorno da personalidade quando os padrões da
pessoa são tão típicos de um estereótipo que chegam ao ponto de impedir
a adaptação e o crescimento psicológico. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><b>Um homem obsessivo </b>organiza
sua vida a partir de sua capacidade de pensar e de manter sua autoestima
por meio de atos criativos como os acadêmicos, a análise lógica, o planejamento detalhado e decisões judiciosas. <b>Um homem patologicamente
obsessivo</b> rumina de forma improdutiva, sem atingir qualquer objetivo,
sem realizar alguma ambição e se odiando por andar em círculos. <b>Uma
mulher depressiva</b> encontra satisfação cuidando de outras pessoas; <b>uma
mulher patologicamente depressiva </b>não consegue cuidar nem sequer
de si mesma. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
Além de realizar distinções entre personalidade e transtornos da
personalidade, é importante diferenciar caráter de reações a situações determinadas. Certas situações provocam o aparecimento de aspectos da
personalidade de uma pessoa que podem estar ausentes em outras: <b>as
perdas trazem à tona o lado depressivo do indivíduo; as lutas por controle
demonstram as ruminações obsessivas; a exploração sexual evoca a histeria.</b> </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: arial;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;">
O terapeuta deve ser cuidadoso ao considerar os impactos relativos a
fatores situacionais e aspectos caracterológicos. <b>Pessoas que estão constantemente sob situações de estresse podem aparentar uma perturbação
de caráter por critérios externos,</b> mas seus padrões podem ser mais situacionais do que internos. Por exemplo, empregados ou estudantes em contextos institucionais “de gênese paranoide” podem parecer se encaixar
perfeitamente nos critérios do DSM para transtorno da personalidade paranoide, mas essa impressão pode desaparecer quando o contexto de vida
muda e eles não se sentem mais humilhados, desamparados e inseguros
(cf. Kernberg, observações [1986, 2006] sobre a gênese paranoide em institutos psicanalíticos).<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #444444;">(Diagnostico Psicanalítico: Entendendo a Estrutura da Personalidade no Processo Clínico. Nancy MacWilliams)</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: #444444; font-family: arial;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: arial;"><span>Ana Amorim de Farias - </span>Psicóloga e Psicanalista</span></div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial; background-repeat: initial; background-size: initial; line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: left;"><span style="font-family: arial;">CRP 06/39859-9<br />Adultos e Casais<br />R Apucarana, 272, sl 611 - Tatuapé-SP<br />(11) 9 9783 0125</span></div>
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-91844079824108877992018-05-04T18:24:00.001-03:002018-05-04T18:28:49.016-03:00Soberanias<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTr9hij5pU78I0jzLqbMS0jZdSAGg9v4GOq-mumf3MnkjPXoLSH_eP8rn6OXeq_EMvTe70v1R3AwRG1EbDCN94AJHc8D6hMz90VlQcLywFI92QGysVKGLw-IpEkkhyphenhypheno54SspQ_h1iErxM/s1600/durmo.jpeg" /><br />
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #333333;">
<br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O tempo tudo perece<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Não há prece, crença ou jura que desfaça essa realidade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Olho para cima<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Vejo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O soberano<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Manchado de cinza seu azul insiste em dizer algo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Tento ouvir em vão<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O tempo ao falar a verdade ensurdece<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No silêncio das horas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A solidão diz do fim do dia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Do amor<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Da vida<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Durmo o sonho<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">morte<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">antecipada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ana A. Farias<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #333333; font-family: "Arial",sans-serif; font-size: 12.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">24.11.2012<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br /></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-46082386033927893502018-03-25T22:57:00.001-03:002018-03-25T23:05:02.404-03:00Eros e Tânatos: nossas porções de vida e morte por Samara Megume<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYVRPE8DPUArLbm-jAM0hJob6KdeznEajfxJxGwK2uO90H8gxy_gLAtWArtKOLhIykNHoTGNRoCsSFM2Dhq0G9YBgLA__oz_d9i4ddyMcZtHOTjtiKs-6Ola2d4Nx4H7_lXX6ZvIOKCGin/s1600/eros-thanatos1+%25281%2529.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="382" data-original-width="499" height="244" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYVRPE8DPUArLbm-jAM0hJob6KdeznEajfxJxGwK2uO90H8gxy_gLAtWArtKOLhIykNHoTGNRoCsSFM2Dhq0G9YBgLA__oz_d9i4ddyMcZtHOTjtiKs-6Ola2d4Nx4H7_lXX6ZvIOKCGin/s320/eros-thanatos1+%25281%2529.jpg" width="320" /></a><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
Amor e ódio, sexualidade e agressividade, vida e morte, são forças que habitam o ser humano e estão presentes no cotidiano, tanto nos conflitos mais banais quanto nos mais mórbidos ou sublimes da humanidade. Tais pares de opostos estão misturados, amalgamados em tudo que o ser humano faz, pensa e sente. Por exemplo, onde há amor deve haver ódio, toda sexualidade necessita de um grau de agressividade, em proporções variadas. Essas polaridades são os cernes dos conflitos psíquicos. Em psicanálise, elas podem ser nomeadas pelos conceitos de pulsão de vida (Eros) e pulsão de morte (Tânatos).<br />
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span style="color: #555555; font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="background-color: white; font-size: 12px;">A mitologia apresenta uma bela metáfora para compreendermos a amálgama entre as pulsões. No mito grego, Eros (cupido na mitogia romana) é o deus do amor e Tânatos, deus da morte. Eros, o mais belo dos deuses, possui arco e flecha com os quais costuma enlaçar de amor homens, mulheres e deuses. Segundo consta na mitologia, certo dia Eros adormeceu numa caverna, embriagado por Hipno (deus do sono, irmão de Tânatos). Ao sonhar e relaxar suas flechas se espalharam pela caverna, misturando-se às flechas da morte. Ao acordar, Eros sabia quantas flechas possuía. Recolheu-as, e sem querer levou algumas que pertenciam a Tânatos. (Esopo, Grécia Antiga in Meltzer, 1984). Sendo assim, Eros passou a portar flechas de amor e morte (Tanatos).<o:p></o:p></span></span></span><br />
<div style="background-color: white; color: #555555; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 12px;">
<span style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;">Na psicanálise o conceito de pulsão não é nada simples, visto que é uma abstração teórica necessária, que busca romper com a dicotomia mente e corpo. A pulsão seria um conceito limítrofe entre o somático e o psíquico. Algo que impele o organismo a agir em determinada direção. Diferentemente do instinto animal, a pulsão possui uma plasticidade em relação ao seu objeto. Além de um objeto (</span><i style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;">Objekt</i><span style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;">), a pulsão se caracterizaria por possui uma pressão (</span><i style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;">Drang</i><span style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;">), uma meta (</span><i style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;">Ziel</i><span style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;">) e uma fonte (</span><i style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;">Quelle</i><span style="font-family: inherit; text-indent: 35.45pt;">) (Freud, 1915), sendo uma representação psíquica complexa. Posteriormente Freud (1920) irá ampliar tal compreensão, passando a definir a pulsão como algo anterior a representação psíquica das estimulações somáticas, que visa o rebaixamento completo das tensões e por isso, algo que conduziria o organismo ao estado anterior à vida, ao inorgânico.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; text-align: justify; text-indent: 35.45pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">Ao longo de sua obra Freud constrói dois dualismos pulsionais. O primeiro, introduzido e desenvolvido a partir de 1910, refere-se aos pares: <b>pulsões do eu</b> (autoconservação, que tem a fome e a sede como protótipos) e as <b>pulsões sexuais</b> (não apenas as de meta sexual, mas as inibidas, derivadas e sublimadas). Esse primeiro dualismo foi resumido por Freud (1920, 1930) pela fórmula <i>Eros</i> e <i>Ananke</i>(necessidade). O amor e a fome seriam o motor da existência humana e da humanidade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 35.45pt; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">A partir de 1920 Freud constrói um novo dualismo pulsional. As pulsões do eu (autoconservação) e sexuais passam a integrar o mesmo grupo pulsional, sendo representadas por Eros – a <b>Pulsão de vida</b>. Eros teria a função de amalgamar partículas fragmentadas da substância viva e criar unidades cada vez mais complexas, buscando preservar o organismo vivo e a espécie.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="-webkit-text-stroke-width: 0px; background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-variant-ligatures: normal; font-weight: 400; letter-spacing: normal; line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; orphans: 2; text-align: justify; text-decoration-color: initial; text-decoration-style: initial; text-indent: 35.45pt; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px;">
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">Fundamentado em estudos da biologia Freud (1920) constrói a hipótese da <b>pulsão de morte</b> (<i>Todestrieb</i>), que teria como representante o sadismo. Ela anuncia a tendência fundamental de todo ser vivo de retornar ao estado inorgânico, a busca pela redução completa das tensões. Segundo Freud (1920) o “<i>objetivo da vida é a morte, e remontando ao passado: o inanimado já existia antes do vivo</i>” (p.161). Voltada para o interior à pulsão de morte se expressa na autodestruição, e para o exterior se manifesta como pulsão de destruição.</span></span></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">
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<div class="MsoNormal" style="line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">Freud (1923) escreve que cada grupo de pulsões corresponderia a um processo fisiológico específico. A pulsão de vida teria processos de construção e a pulsão de morte, de demolição, sendo que em toda matéria viva esses dois processos estariam atuantes. Em outras palavras, a pulsão de vida teria um funcionamento conjuntivo, agregando as substâncias vivas e criando unidades cada vez maiores, ela seria ligação. Já a pulsão de morte teria um funcionamento disjuntivo, desfazendo o que foi construído, desligando. (Freud, 1925). Nesse sentido, Garcia-Roza (1995) irá afirmar que tal dualismo não se refere à natureza da pulsão, mas a um dualismo de modos de pulsão: “<i>se a pulsão se faz presente no aparato anímico promovendo uniões, conjunções, ela é tida como de “vida”; se ela se presentifica no aparato anímico disjuntivamente, “fazendo furo”, então é tida como de morte</i>” (Garcia-Roza,1995, p.162).</span></span></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">
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<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">Eros promove a ligação entre o sujeito com os elementos necessários a sua preservação. Também liga esse sujeito a suas vivências. Ligação entre seu passado e seu futuro. Ele possibilita a criação de sentidos. Cria, enfim, os laços entre os sujeitos e desses com o mundo. No entanto, a pulsão de vida não atua de forma isolada. Por isso a existência no ser humano de uma ambivalência em tudo que ele pensa, faz e sente. Amalgamada a Eros a pulsão de morte age de forma silenciosa. É o que Freud (1930) define como o mal-estar intrínseco a cultura: a destrutividade do ser humano, voltada para si mesmo ou para os outros - esse algo que existe e que foge a norma e a criação de sentidos. Como escreve Dostoiévski(1971), tememos o fato de que secretamente sabemos da existência de um demônio oculto, que habita todo homem. </span></span></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">A vida é o conflito, se mostra, faz barulho. Já a morte é taciturna, quase invisível. Quando Freud (1920) constrói a hipótese da pulsão de morte ele amplia conceito de pulsão, que passa a ser compreendido como um impulso inerente à vida, algo anterior à sexualidade, anterior a representação psíquica, algo que não é visível, nem dizível.</span></span></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">
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<div class="MsoNormal" style="line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">A pulsão de morte está para além do princípio do prazer, além do aparelho psíquico e só se mostra quando amalgada a pulsão de vida. Tânatos entendido como pulsão de destruição é pura dispersão, potência dispersa. Por isso Freud (1920) irá afirmar que ela é uma pulsão por excelência. A pulsão de vida seria algo já capturado pelo psíquico, cujo objetivo também seria conduzir o organismo a morte, mas a própria morte – preservando a vida para que ela morra ao seu próprio modo. (Freud, 1920)</span></span></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">Trabalhando para Eros, a pulsão de morte pode ser intensamente criativa. Como escreve Garcia-Roza (1995) a partir do desarranjo causado pela pulsão de morte é que se pode ir em busca do diferente, do novo. A nossa agressividade pode e deve ser utilizada em prol da vida. Nossos desligamentos podem nos fazer crescer. É preciso que conheçamos esse “demônio oculto” e que o coloquemos para trabalhar a nosso favor.</span></span></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 18px; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.45pt;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">As definições do conceito de pulsão e das teorias pulsionais que apresentei estão muito longe de fazerem juz à complexidade do conceito e suas implicações. O próprio Freud (1920) escreve que ainda há muito a que se descobrir sobre as vicissitudes do que está para além do princípio do prazer. Mas é sempre preciso colocar um ponto final, cessar algumas ligações, pois os desligamentos são importantes e necessários. Eles dão espaço a novas formações.... Talvez seja por isso que Rubem Alves (1990) escreveu certa vez que o ser humano possui um ar de despedida em tudo que faz. Como ele escreve, “<i>as pequenas despedidas apenas acordam em nós a consciência de que a vida é uma despedida</i>”. Saber da nossa finitude, bem como da finitude de todas as coisas nos enlaça aquilo que realmente interessa. Flechas de Tânatos e flechas de Eros nos atravessam a todo instante e como também escreve Rubem Alves (1990), ter consciência desses instantes nos possibilita fruir “<i>da beleza única do momento que nunca mais será..</i>.” (p.11). </span></span></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">
</span>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span>*<b>Samara Megume Rodrigues </b></span><br />
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span style="font-size: xx-small;"><b>Samara</b> é psicóloga clínica, mestranda em Psicologia pela Universidade Estadual de Maringá. Colaboradora e idealizadora da Roda de Psicanálise</span></span></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">
</span>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;"><span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 13.8px;"><br /></span></span></div>
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 18px;">
<div class="MsoNormal" style="text-align: start; text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit;"><b>Referências Bibliográficas </b><br /><br /><span style="line-height: 13.8px;"> Alves, R. </span><i style="line-height: 13.8px;">Tempus Fugit.</i><span style="line-height: 13.8px;"> São Paulo: Paulus, 1990.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><span lang="PT-BR" style="line-height: 13.8px;"> Dostoievski, F. </span><i><span lang="PT-BR">Os Irmãos Karamázov</span></i><span lang="PT-BR">. Rio de Janeiro: Abril Cultural, 1971. </span><span lang="PT-BR" style="line-height: 13.8px;"><o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 13.8px;"> Esopo, Grécia Antiga. In: Kovács, M, J. <i>Morte e desenvolvimento humano</i>. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1992.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span style="font-family: inherit;"><span lang="PT-BR" style="line-height: 13.8px;"> Freud, S. (1910)</span><span lang="PT-BR">.</span><span lang="PT-BR" style="line-height: 13.8px;"> A concepção psicanalítica da perturbação psicogênica da visão.<i>Edição Standart das Obras Completas.</i> Rio de Janeiro: Imago, 1996.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 13.8px;"> Freud, S. (1915). Pulsões e destinos da pulsão. In. <i>Escritos sobre psicologia do inconsciente: obras psicológicas de Sigmund Freud</i>, vol.I. Luiz Alberto Hanns, trás. Rio de Janeiro: Imago, 2004.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 13.8px;"> Freud, S. (1920). Além do princípio de prazer. In: <i>Escritos sobre Psicologia do Inconsciente,</i> vol.II. (Luiz Alberto Hanns, trad). Rio de Janeiro: Imago, 2006.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 13.8px;"> Freud, S. (1923) O Eu e o Id. In<i>: Escritos sobre Psicologia do Inconsciente</i>, vol.III. (Luiz Alberto Hanns, trad). Rio de Janeiro: Imago, 2007.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 13.8px;"> Freud, S.(1925). A Negativa. In: <i>Escritos sobre Psicologia do Inconsciente</i>, vol.III. (Luiz Alberto Hanns, trad). Rio de Janeiro: Imago, 2007.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 13.8px;"> Freud, S.(1930) <i>O Mal estar na Cultura</i>. (Renato Zwick, trad). Porto Alegre: L&PM, 2011.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 0px;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: inherit; line-height: 13.8px;"> Garcia-Roza. <i>Artigos de metapsicologia, 1914-1917: narcisismo, pulsão, recalque, inconsciente.</i> Rio de Janeiro: Zahar, 1995.</span></div>
</span></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-52017994719724312862018-02-23T23:20:00.000-03:002018-02-23T23:20:10.911-03:00Stand By<div class="post-body entry-content" id="post-body-2465519089474882339" itemprop="description articleBody" style="background-color: white; color: #333333; font-size: 11.88px; line-height: 1.4; position: relative; width: 618px;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXgeO2mRcJ_hdRQalTDWH7V2LhV4niB3P0PE92NqOohEm6XPVCYy9YgtMJtQmaGjNzwTrQTDIWOhwnuWOLNjuWWeR9EBr1z1sf8n4ATVKugg_fROEbGfzrIJtEhBRSBoJTmSMmkkoXxGyC/s1600/stand+by+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="320" data-original-width="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXgeO2mRcJ_hdRQalTDWH7V2LhV4niB3P0PE92NqOohEm6XPVCYy9YgtMJtQmaGjNzwTrQTDIWOhwnuWOLNjuWWeR9EBr1z1sf8n4ATVKugg_fROEbGfzrIJtEhBRSBoJTmSMmkkoXxGyC/s1600/stand+by+1.jpg" /></a></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;"><br /></span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">as urgências</span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">sem razão</span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">perderam-se</span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">no tempo</span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">despediram-se</span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">depois</span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">deixaram de ser</span></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="font-family: Arial, Tahoma, Helvetica, FreeSans, sans-serif; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="ecxMsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Arial;">Ana Farias, 2013</span></div>
</div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-1413038044155616042018-02-12T20:08:00.003-02:002018-11-20T20:55:25.474-02:00Nutrição Comportamental<div class="post-title-wrapper" style="background-color: white; border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOMVBkvwcDQhp0gYVwDxqtb9c1BEtq9iNGrRlTunQzdlSbvW1KlAHReLSUkutdA_H8qrOhZDIjxBlusCePhMVClWKhfBTESP7YTnsURXJjoN6bm86MtvXDBzo4xzYNuGlVYSGIkFrsajzO/s1600/alimentos-funcionais-sao-os-que-ajudam-n-article_block_media_large-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="800" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOMVBkvwcDQhp0gYVwDxqtb9c1BEtq9iNGrRlTunQzdlSbvW1KlAHReLSUkutdA_H8qrOhZDIjxBlusCePhMVClWKhfBTESP7YTnsURXJjoN6bm86MtvXDBzo4xzYNuGlVYSGIkFrsajzO/s400/alimentos-funcionais-sao-os-que-ajudam-n-article_block_media_large-2.jpg" width="400" /></a></div>
</div>
<div class="clear" style="background-color: white; border: 0px; clear: both; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
</div>
<div class="post-content-content" style="background-color: white; border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A relação que as pessoas têm com a comida vem se tornando cada vez mais complexa, você já percebeu? A clássica sensação de culpa após comer e a dificuldade para manter ou reduzir o peso são apenas algumas das consequências dessa conturbada relação.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Mas você já pensou que pode existir um meio para melhorar a relação dos seus </span><span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">pacientes</span><span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"> com a comida sem causar tantos impactos negativos? É o caso da nutrição comportamental, que leva em consideração não apenas a comida, mas todo o comportamento relacionado a ela.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Pensando nos benefícios proporcionados pelo método, criamos esse post para ajudar você a melhorar a relação de muitas pessoas com a alimentação. Entenda melhor a seguir:</span></div>
<h2 style="border: 0px; clear: both; color: #384f59; font-family: Montserrat, "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 25px; font-weight: 100; line-height: 1.7; margin: 0px; padding: 10px 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O que é a nutrição comportamental?</span></h2>
<div style="border: 0px; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; color: #777777; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Apesar da grande quantidade de informações sobre </span><u style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;">alimentos</u><span style="border: 0px; color: #777777; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"> e dietas, as pessoas continuam enxergando a comida como grande inimiga. A nutrição comportamental tem como objetivo mudar essa relação, fazendo com que as pessoas sintam prazer (e não culpa) em comer.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Esse método considera os aspectos emocionais, fisiológicos e sociais da alimentação. A mudança do comportamento alimentar proposta pelo método envolve estratégias de aconselhamento nutricional, técnicas do comer intuitivo, terapia cognitivo-comportamental, entrevista motivacional e táticas para comer com atenção plena.</span></div>
<h2 style="border: 0px; clear: both; color: #384f59; font-family: Montserrat, "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 25px; font-weight: 100; line-height: 1.7; margin: 0px; padding: 10px 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Como ocorre a perda de peso?</span></h2>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Como o foco principal da nutrição comportamental é resgatar o prazer em comer, tornando a relação com o alimento mais saudável, a perda de peso não é tão imediata como acontece com algumas dietas. No entanto, isso está longe de significar que ela seja inexistente.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Os números diminuindo na balança passam a ser uma consequência do autoconhecimento. A pessoa passa a aprender a identificar suas emoções e a não buscar consolo nos alimentos, como acontece quando o estresse e a ansiedade tomam conta da rotina. Essa atitude está diretamente ligada com a perda de peso — ou seja, ela é consequência de uma série de comportamentos.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Isso pode parecer um ponto negativo, mas a permanência desses aprendizados pode ser a peça chave para conquistar os seus pacientes. Basta mostrar que não é preciso cortar nada da alimentação, apenas fazer escolhas certas nos momentos certos, respeitando as necessidades e as reações do corpo. </span></div>
<h2 style="border: 0px; clear: both; color: #384f59; font-family: Montserrat, "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 25px; font-weight: 100; line-height: 1.7; margin: 0px; padding: 10px 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Como adotar o método?</span></h2>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Por não se basear em dietas, a melhor forma de utilizar essa estratégia para ajudar os pacientes é através da orientação nutricional e da comunicação. O propósito aqui é entender a relação que o paciente tem com o alimento para, a partir disso, estabelecer uma orientação que vá funcionar para ele.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Perguntar ao paciente suas principais dificuldades, as experiências e o quão preparado ele está para mudar sua relação com a comida são boas formas de começar a entender como o paciente lida com o alimento, as emoções e as diversas situações do dia a dia.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A partir das respostas obtidas, dá-se início ao trabalho por meio de dois pilares da nutrição comportamental: a prática clínica e a comunicação.</span></div>
<h3 style="border: 0px; clear: both; color: #384f59; font-family: Montserrat, "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 22px; font-weight: 100; line-height: 1.7; margin: 0px; padding: 10px 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A prática clínica</span></h3>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Nessa prática, acontece uma abordagem defendendo a real importância de entender como se come e não o que se come. Ou seja, mostrar que o foco é entender as relações envolvidas no ato de se alimentar ao invés de apenas contar calorias. Onde se come, quando, com quem, qual o sentimento, quais as dificuldades: é esse tipo de autoconhecimento que deve ser estimulado e compreendido.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Além disso, esse é o momento para fazer a orientação nutricional, baseada em estratégias que possibilitem a mudança do comportamento e também a melhora na relação com a comida.</span></div>
<h3 style="border: 0px; clear: both; color: #384f59; font-family: Montserrat, "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 22px; font-weight: 100; line-height: 1.7; margin: 0px; padding: 10px 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">A comunicação</span></h3>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Esse será o momento de informar, estimular a aceitação da alimentação saudável e também de influenciar o seu paciente. Isso pode ser feito através de mensagens positivas e ponderadas, as quais devem ser baseadas em estratégias comportamentais para terem efeito. </span></div>
<h2 style="border: 0px; clear: both; color: #384f59; font-family: Montserrat, "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 25px; font-weight: 100; line-height: 1.7; margin: 0px; padding: 10px 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Quem pode se beneficiar com a nutrição comportamental?</span></h2>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Não há restrições na nutrição comportamental. Afinal, estabelecer um vínculo saudável com a comida é uma excelente forma de começar a melhorar a alimentação em qualquer faixa etária.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Tal melhora é sucedida por escolhas inteligentes feitas não por obrigação ou devido a dietas restritivas, e sim ao conhecer o próprio corpo e suas necessidades.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Pessoas que não conseguem colocar </span><a href="https://nutrisoft.com.br/10-passos-para-montar-uma-dieta/?utm_source=blog&utm_campaign=rc_blogpost" style="border: 0px; color: #179bdf; margin: 0px; padding: 0px; text-decoration-line: none; vertical-align: baseline;"><u style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">dietas</u></a><span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"> em prática ou que não conseguem se organizar para estabelecer uma alimentação saudável costumam ter bons resultados com esse método, pois passam a compreender a sua relação com a comida, o que facilita a mudança. Na maioria das vezes, é apenas isso que falta para essas pessoas se tornarem mais saudáveis.</span></div>
<h2 style="border: 0px; clear: both; color: #384f59; font-family: Montserrat, "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 25px; font-weight: 100; line-height: 1.7; margin: 0px; padding: 10px 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Como o método pode melhorar a relação das pessoas com a alimentação?</span></h2>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Cada vez mais surgem dietas ou “tendências” que colocam um ou outro alimento na posição de saudável ou não saudável. O comportamento desencadeado por essa forma de se alimentar passa a transformar a comida em vilã, já que as pessoas passam a enxergar a comida como um conjunto de calorias, conturbando a relação com o alimento.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Dessa forma, o prazer de comer desaparece e dá lugar a uma geração de pessoas que esquecem que o problema não é o alimento, mas a relação que se estabelece com ele. E é justamente esse o ponto que a nutrição comportamental destaca.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Através de técnicas que ajudam a pessoa a entender os sinais do corpo, a reconhecer a fome, a ansiedade e inúmeros outros aspectos emocionais, sociais e fisiológicos o método faz as pessoas entenderem a real função do alimento no organismo. É dessa forma que o vínculo saudável com a comida se restabelece e o prazer em comer volta a fazer parte da rotina.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">Em tempos onde os alimentos são divididos em saudáveis e não saudáveis e a comida é vista como inimiga, conhecer um método como a nutrição comportamental — que restabelece uma relação benéfica e prazerosa com o alimento — é um diferencial. Afinal, a satisfação não pode ser desconsiderada de um processo tão essencial e frequente como a alimentação.</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;">O que você achou da nutrição comportamental? Acha que vai ser útil para seus pacientes? Compartilhe o post nas suas redes sociais e ajude outras pessoas a conhecerem esse método inovador que melhora a relação das pessoas com os alimentos!</span></div>
<div style="border: 0px; color: #777777; font-family: "open sans", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 14px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><br /></span></div>
<div style="border: 0px; margin-bottom: 7px; margin-top: 7px; padding: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;">
<span style="border: 0px; font-size: 14px; margin: 0px; padding: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="color: #777777; font-family: "open sans" , "helvetica" , "arial" , sans-serif;"><a href="https://nutrisoft.com.br/entenda-o-que-e-nutricao-comportamental-e-como-funciona/">https://nutrisoft.com.br/entenda-o-que-e-nutricao-comportamental-e-como-funciona/</a></span></span></div>
</div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-15280122574571431582018-01-16T21:17:00.003-02:002018-01-16T21:20:01.966-02:00Pode ocorrer delírio e alucinação na neurose?<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0rU4e4YqKomaeqgjs-ezFQbF6xsWIysmo914J0qUEICZbeW7V7CjHbd2t93N5UFwzpR3qOIsfysZQQMZrEACLZbZC1p4b6w2Pe7Go8ciuVJ4s37vmMjIhx-T42Vcn-7JN4-2qYgfNUB00/s1600/cabe%25C3%25A7a.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="165" data-original-width="259" height="203" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0rU4e4YqKomaeqgjs-ezFQbF6xsWIysmo914J0qUEICZbeW7V7CjHbd2t93N5UFwzpR3qOIsfysZQQMZrEACLZbZC1p4b6w2Pe7Go8ciuVJ4s37vmMjIhx-T42Vcn-7JN4-2qYgfNUB00/s320/cabe%25C3%25A7a.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
Nada impede que, logo após o surgimento de uma alucinação,
se instale um sintoma neurótico e vice-versa. É isso precisamente
que Freud diz: “As três formas de defesa e, por conseguinte, as três
formas de doença a que essas defesas levam, podem estar reunidas
numa mesma pessoa.” E ainda: “Não é raro que uma psicose de defesa venha episodicamente interromper o curso de uma neurose.”É espantoso que essa constatação clínica, banal no fim das contas, frequentemente assinalada por Freud e corroborada incessantemente em nossa prática, ainda não tenha conseguido extirpar
definitivamente o erro de generalizar um episódio psicótico para o
conjunto das realidades do sujeito. Um paciente alucina ou delira e, irremediavelmente, sem qualquer discriminação, é qualificado de psicótico; como se fosse um tique mental do clínico, determinado pela imensa importância dada à psicose. Importância enceguecedora que não nos deixa matizar nem pensar uma compatibilidade de acontecimento, em uma mesma pessoa, de realidades mistas, produzidas por recalcamento e por foraclusão. Apesar de alguns textos freudianos e lacanianos apontarem nessa direção, carecemos de uma teoria da localidade dos distúrbios e da pluralidade das realidades que tenha “pego” em nossa comunidade psicanalítica. Não é que esteja ausente, prova disso é que estamos tentando propô-la; mas essa teoria da localidade não transpôs o limiar que transforma um conceito teórico no que eu chamaria de automatismo conceitual fecundo. E não o fará enquanto outro automatismo conceitual, infecundo dessa vez, prevalecer entre os psicanalistas, aquele que consiste em apreender a castração como única e, consequentemente, prejulgar que sua foraclusão determinaria a desarticulação, não de uma realidade, insisto, mas de todas as realidades do sujeito.<br />
<br />
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; font-size: 13.2px;">(Diagnostico Psicanalítico: Entendendo a Estrutura da Personalidade no Processo Clínico. Nancy MacWilliams)</span></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-65652086486417689842017-11-19T19:10:00.003-02:002017-11-19T19:25:55.981-02:00EU IDEAL <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDhyphenhyphen47WkP0Dhh7D48aKMYrCOCtLv45MxKQteqWyqbBvJNugu9lEv6_j8PfnVZKhRNYLoW0FAq2wZ4m5hLZnUYp7YltSBYCRXGy73L8KiAkhaHBJMyEHigdRQNs0t8f5svDCU1hsHfkeo1h/s1600/eu+ideal.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="248" data-original-width="203" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDhyphenhyphen47WkP0Dhh7D48aKMYrCOCtLv45MxKQteqWyqbBvJNugu9lEv6_j8PfnVZKhRNYLoW0FAq2wZ4m5hLZnUYp7YltSBYCRXGy73L8KiAkhaHBJMyEHigdRQNs0t8f5svDCU1hsHfkeo1h/s320/eu+ideal.jpg" width="261" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
"Inicialmente há uma relação narcísica fusional
entre a criança e a mãe, não havendo, por parte da criança,
distinção entre o si e o outro. Nesse momento, a criança se
constitui como objeto capaz de satisfazer o desejo da mãe,
identificando-se imaginariamente com o falo. Entretanto
essa relação porta uma alienação fundamental para o
bebê, tomado como objeto, que faz surgir a agressividade
fundamental como tentativa de romper esta relação na
qual o bebê se encontra capturado pelo desejo do outro. A
tentativa de romper essa alienação é situada como desejo de
reconhecimento. Nesse primeiro tempo, a criança está na
dialética do ser ou não ser o falo, objeto do desejo para a
mãe. Aí se colocam dois pontos: o eu e esse outro (imagem
ideal) formada do lado de fora, aquilo com que a criança
busca se identificar para satisfazer a mãe. Ora, estamos aqui
no campo do Eu Ideal, em que a criança acredita que, para
satisfazer a mãe, precisa identificar-se com aquilo que lhe
falta: o falo. Assim todas as identificações presentes nesse
momento do narcisismo primário remeterão à onipotência
e à perfeição."<br />
<span style="background-color: white; color: #444444; font-family: georgia, "times new roman", serif; font-size: 13.2px;">(Diagnostico Psicanalítico: Entendendo a Estrutura da Personalidade no Processo Clínico. Nancy MacWilliams)</span></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-12428184463007976072017-10-15T20:00:00.001-02:002017-10-15T20:00:41.618-02:00Psicanálises<div style="text-align: justify;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeCMO9Csn1ZwlAcnyPpFmz9ZBoqF3c1J6KICZ_TNV994_g6BLx1jfJ4KoiSIUYjbZ2jIGP6yVFBy1BeQk3wYBbHsnfWjf742ifS2J_mj_6n5XRtVS8nhjnQhj8mZPlwGdJOnWx5Zg-o1n5/s1600/Stunning-underwater-photos2__880.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="587" data-original-width="880" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeCMO9Csn1ZwlAcnyPpFmz9ZBoqF3c1J6KICZ_TNV994_g6BLx1jfJ4KoiSIUYjbZ2jIGP6yVFBy1BeQk3wYBbHsnfWjf742ifS2J_mj_6n5XRtVS8nhjnQhj8mZPlwGdJOnWx5Zg-o1n5/s320/Stunning-underwater-photos2__880.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
Além da pulsão, da psicologia do ego, das relações de objeto, das
orientações relacionais e do self, há diversas outras teorias dentro do esquema psicanalítico que afetaram nossas conceitualizações do caráter. Elas
incluem (mas não se resumem a) ideias de Jung, Adler e Rank; a “personalogia” de Murray (1938); a “psicanálise moderna” de Spotnitz (1976,
1985); a “teoria do script” de Tomkins (1995); a teoria do “melhoramento
do controle” de Sampson e Weiss (Weiss, 1993); os modelos biológicos
evolucionistas (p. ex., Slavin e Kriegman, 1990), a teoria contemporânea
de gêneros (p. ex., A. Harris, 2008) e a obra de Jacques Lacan (Fink, 1999,
2007).... Não resisto a ressaltar minha previsão, na primeira edição deste livro,
de que os psicanalistas logo iriam aplicar a teoria do caos (teoria do sistema geral não linear) às questões clínicas, uma profecia que tem se cumprido (Seligman, 2005).<br />
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: "arial" , sans-serif; font-size: 10.79px; line-height: 19.2px;"> Nancy McWilliams</span></div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-40940777478562164072017-08-18T22:00:00.003-03:002018-11-20T20:21:20.418-02:00Medo de Viver<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqZR5NxiY6OL3ki77rZ7nJktjQrS0KeEyy-9vJUjoK7QoVi1gFWqLjmRA-ggS5pX0OXL0WAxSC5KVIkgtf5prOYDc3dUt-eBeJUInpibrYykRW_umhUh5quZuse5Mun9fbegO7hdhPpByZ/s1600/morte-e-vida.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="469" data-original-width="625" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqZR5NxiY6OL3ki77rZ7nJktjQrS0KeEyy-9vJUjoK7QoVi1gFWqLjmRA-ggS5pX0OXL0WAxSC5KVIkgtf5prOYDc3dUt-eBeJUInpibrYykRW_umhUh5quZuse5Mun9fbegO7hdhPpByZ/s320/morte-e-vida.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: justify;">
"Lowen (1980) estabelece uma relação entre o medo de viver e o de morrer. Se a vida é ser, por que temos tanto medo dela? No relato dos casos
que menciona em seu livro, observamos um paradoxo, ou seja, quando o
indivíduo está mais cheio de vida, fica mais consciente da morte e do
desejo de morrer. Viver plenamente com as emoções é se arriscar. Para
não sofrer, a pessoa pode se "amortecer", não sentir mais, mas também não conseguirá viver. Segundo Lowen, toda tensão crônica no corpo decorre de um medo da vida, um medo de se soltar, um medo de ser. Quando o sujeito vai recuperando a sua vitalidade no processo psicoterápico, abre o caminho para o estado de dor que havia suprimido. Ativa-se o caminho da sensação de morte, mas também se está a caminho da vida."<br />
<h1 class="gb-volume-title" dir="ltr" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 11.869px; margin: 0px; text-align: start;">
(Morte E Desenvolvimento Humano, Maria Júlia Kovács. Casa do psicologo, São paulo, 1992, p.26.)</h1>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRVhzh-PtPz7ByNAAwD7z_H7VctMfNnLUNv6PVKvRdJC0hOsoM-XhxYX8BCHsarRi88QjquGOTQIoWfVlsEeTyLAnCC64uXTtJobt_eNFZ0oas9mu9TtemXHw-ozJMIu7Y1Ib6mMcE0rp_/s1600/tumblr_lq3s7tivze1qfy2fmo1_500_large.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="333" data-original-width="500" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgRVhzh-PtPz7ByNAAwD7z_H7VctMfNnLUNv6PVKvRdJC0hOsoM-XhxYX8BCHsarRi88QjquGOTQIoWfVlsEeTyLAnCC64uXTtJobt_eNFZ0oas9mu9TtemXHw-ozJMIu7Y1Ib6mMcE0rp_/s320/tumblr_lq3s7tivze1qfy2fmo1_500_large.jpg" width="320" /></a></div>
</div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-3857729411497724842.post-65543351541511468632017-06-23T22:42:00.000-03:002019-09-29T20:09:04.989-03:00Não queira fazer de você uma pessoa perfeita <div dir="ltr" style="text-align: justify;">
<br />
<br />
Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. […] Nem sei como lhe explicar minha alma. Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até um certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. […] Pretendia apenas lhe contar o meu novo caráter, ou falta de caráter. […] Querida, quase quatro anos me transformaram muito. Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma num boi? assim fiquei eu… em que pese a dura comparação… Para me adaptar ao que era inadaptável, para vencer minhas repulsas e meus sonhos, tive que cortar meus grilhões – cortei em mim a forma que poderia fazer mal aos outros e a mim. E com isso cortei também minha força. Espero que você nunca me veja assim resignada, porque é quase repugnante. […] Uma amiga, um dia desses, encheu-se de coragem, como ela disse, e me perguntou: você era muito diferente, não era? Ela disse que me achava ardente e vibrante, e que quando me encontrou agora se disse: ou essa calma excessiva é uma atitude ou então ela mudou tanto que parece quase irreconhecível. Uma outra pessoa disse que eu me movo com lassidão de mulher de cinquenta anos. […] o que pode acontecer com uma pessoa que fez pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó vital de uma pessoa deve ser respeitado.<b> Ouça: respeite a você mais do que aos outros, respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você – respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você – pelo amor de Deus, não queira fazer de você uma pessoa perfeita – não copie uma pessoa ideal, copie você mesma – é esse o único meio de vive.</b><br />
(Clarice Lispector)</div>
Ana Amorim de Farias Psicóloga e Psicanalistahttp://www.blogger.com/profile/04411990867927108704noreply@blogger.com